1 BRZ Talks discute temas que afetam empresários e empreendedores
Evento organizado pela Duek e Lara Group foi realizado em dois diferentes locais
Ainda tendo o salão de vendas do Walford Astoria Residences como sede (que está sendo construído em Downtown Miami), a série de palestras apresentada no evento 1 BRZ Talks abordou temas correlatos que podem afetar o cotidiano de empresários e prejudicá-los sensivelmente, muitas vezes frustrando todo esforço despendido para erguer ou tocar uma companhia.
Por isso, foi importante a apresentação que reuniu as jornalistas e coachees Isabela Camargo e Fabiana Scaranzi e o empresário Freddy Machado, que narrou sua experiência pessoal que quase o levou à morte e o obrigou a repensar seus valores. “Hoje sei de verdade o que representa um abraço. E nem digo abraçar apenas as pessoas queridas. Um abraço em um desconhecido ou em uma desconhecida tem o mesmo efeito positivo”, garantiu.
Isabela enfatizou bastante sua preocupação com a saúde mental – um item ao qual poucos têm dado a devida atenção e que vem se espalhando de maneira recorrente. Aliás, aqui cabe uma indagação minha: Por que os planos de saúde pagos pelas empresas não contemplam o tratamento da saúde mental? Sei que os empresários do segmento de Saúde visam lucros e analisam que um tratamento desse tipo de doença é demorado e de difícil mensuração, abrindo as portas para aproveitadores que buscariam levar vantagem e cobrar por tratamentos inexistentes ou prolongar os tratamentos para faturar mais. Acredito, porém, ser possível criar mecanismos de fiscalização para evitar ou pelo menos diminuir bastante este tipo de falcatrua e propiciar um tipo de terapia tão necessária atualmente.
Como frisou Isabela, o stress e outras formas de reação do organismo são ignoradas, quando, na verdade, elas representam a maneira como o organismo reage àquelas dores invisíveis que drenam as energias da pessoa e geralmente se refletem em doenças reais.
Fabiana também contou ter vivido uma experiência desse tipo. Depois de ter lutado bastante para chegar ao seu objetivo e se tornar uma jornalista e apresentadora respeitada – o que lhe rendia um bom salário -, ela começou a questionar sua felicidade. “Senti que minha vida estava funcionando no automático e só reavaliei o que estava fazendo depois de ter sido levado ao hospital, onde foi constatado um buraco no meu estômago. Somente depois deste autoconhecimento deixei de me sentir culpada por sofrer, mesmo estando teoricamente em uma situação privilegiada”, afirmou.
Freddy também aprendeu a valorizar seus propósitos depois do burn out ao sentir que sua vida e sua felicidade valiam muito mais e, portanto, as satisfações pessoal e profissional precisam caminhar juntas. E Isabela ecoou que ninguém deve banalizar o burnout, algo que Freddy aprendeu a controlar utilizando o recurso de se abrir mais para as pessoas.
Ganhando dinheiro com a Saúde
Aliás, o tema Saúde foi predominante na tarde da sexta-feira (19 de janeiro). O médico brasileiro Neymar Lima descreveu como ele fundou a MedStation, empresa especializada em equipamentos e suprimentos de saúde e com foco total nos clientes brasileiros que moram ou visitam a Flórida, com quatro unidades em funcionamento: Pompano Beach, Sunny Isles, Weston e Orlando.
Nada mal para quem nasceu em uma casa pobre em Porto Velho, capital de Rondônia, se formou em Medicina em Goiânia e se tornou empresário em Palmas, capital do Tocantins, onde fundou o IOP (Instituto Ortopédico de Palmas), que se tornou referência no estado do Centro-Oeste.
Há 12 anos vivendo na Flórida, ele veio com visão empresarial com o objetivo de replicar o sucesso obtido em Palmas. Mas, apesar do esforço inicial, constatou que não seria tão fácil abocanhar uma parcela do apetitoso mercado americano de US$ 27 trilhões, dos quais 25% pertencem ao setor de Saúde. “Em resumo, uma em quatro pessoas trabalha ou está envolvida neste segmento”, revelou Lima, enfatizando ainda que os EUA possuem o pior serviço de saúde entre os países desenvolvidos.
Para personificar sua trajetória nesse segmento gigantesco, o empresário usou a analogia da luta entre o pequeno David e o gigante Golias descrita na Bíblia. Como todos sabem, David derrotou o poderoso Golias com o auxílio de uma funda, com a pedra atingindo o gigante e nocauteando-o, salvando assim os judeus do jugo de seus inimigos. Logicamente, ele se coloca como David nesta história.
Depois de ter fundado a Brazilian Clinic, que não funcionou como ele imaginava, o médico identificou o nicho de um atendimento mais rápido e personalizado, algo mais com o jeitinho brasileiro, pois nossos compatriotas gostam mesmo de ser atendidos de uma forma mais pessoal e não gostam de pagar pelos altos custos cobrados nas clínicas e hospitais americanos.
Essa foi a senha para ele investir na MedStation, que tem como foco principal três fatores: prioridade no paciente, agilidade na resolução dos problemas e eficiência no atendimento. Acoplado ao atendimento personalizado, ele desenvolveu um sistema de Telemedicina para atender os pacientes sempre que for necessário.
Em comparação com as clínicas americanas, o desempenho da MedStation é excepcional. Enquanto elas atendem, em média, 8 a 15 pacientes por dia, a MedStation atende entre 60 a 150 pacientes por clínica diariamente. Isto perfaz a média de 450 pacientes por dia. “Nossa meta é atender mil pessoas”, revela o empresário.
A fim de atingir essa meta ambiciosa, ele criou um sistema que inclui o atendimento pessoal, a telemedicina, o cartão MedStation e a MedStation Academy, que visa formar profissionais adequados à sua filosofia de trabalho.
Ninguém pode negar que ele soube conquistar sua fatia de mercado dentro desse gigantesco mercado americano, Mas, ambicioso e determinado como é, provavelmente desenvolverá novos projetos para o setor da Saúde.
Painel de empreendedores e dinâmica de grupo
No sábado (20 de janeiro), o programa foi mais interativo. Alexandre Zolko, empresário e criador de start ups bem-sucedidas, José Salibi Neto, coach e palestrante de negócios, e Luiz Candreva, consultor empresarial e especialista em reestruturação de empresas, falaram sobre suas experiências e todos foram unânimes em afirmar que foco nos negócios e comunicação eficaz são chaves para o sucesso das empresas.
Embora todos tenham exaltado a tecnologia como uma ferramenta valiosa, ela somente não serve para mudar o destino de uma empresa. “O foco é fundamental, porque sem direcionamento a tecnologia representa desperdício de tempo e de dinheiro”, destacou Zolko, com a anuência de seus companheiros de bancada.
Após a apresentação dos palestrantes, a 1 BRZ Talks promoveu uma dinâmica de grupos, formando dois grupos que discutiram temas relevantes, tendo à frente o consultor Luiz Candreva e as jornalistas e coachees Isabela Camargo e Fabiana Scaranzi.
Nessas dinâmicas, alguns empresários e empresárias aproveitaram para buscar respostas às suas dúvidas. Aliás, vale a pena destacar a forte presença das mulheres no mundo empresarial.
O evento foi patrocinado pelo Waldorf Astoria Residences Miami, Vitae Group, DellAnno, Kopajos, Hunter Taubman Fischer LLC, Julio Silva Team Crosscountry Mortgage, Advanced Corretora de Câmbio, MedStation, Appenin Cabinets, Customade Travel, PM Travel, The Group Research, Lux Design Group, JJ Shades, Marili Cancio Johnson PA, 2P, Visual Photography e Sun Fit, com apoio da Florida Review Magazine.
Fotos: Nathalia Shumache