Por Gabriela Streb
Parece que num piscar de olhos dei um pulo e de repente acordei com a dobradinha dos cinco.
Quando criança achava que aos 50 anos se cruzava o portal da velhice. Hoje meu pensamento é bem diferente e o tal portal está mais distante.
Penso que a melhor idade seria congelar o organismo para que eternamente tivéssemos quarenta anos. Apesar que ser um “higlander”, também deve ter seu lado ruim quando só você permanece novo e todos vão seguindo a ordem natural da vida.
Ao longo de mais de meio século, várias são minhas lembranças e esta semana foi com as amigas Debô e Fernanda Gehlen. Íamos nas matinés de domingo.
Para quem não sabe o que é matiné, era a sessão da tarde nos cinemas que ficavam na rua. Não existiam shopping-center com salas de projeção.
Era nosso entretenimento caminhar até o centro da cidade quando nenhum dos pais nos levava. Os filmes trocavam a cada três semanas, significando 威而鋼
que repetiríamos algumas sessões, afinal, nada de Google para buscar a programação como hoje.
Acho que “A lagoa azul” acabamos vendo umas três vezes. O filme deixava um ponto de interrogação no seu final com ar de continuação. “Marcelino pão e vinho” era outro assistido mais de uma vez. Já um filme velho para nossa época, pois foi lançado em 1955. Contava a história de um menino órfão criado num monastério.
A vantagem da idade madura é filtrar acontecimentos e selecionar amigos. É não ter mais pressa para grandes conquistas que ficam para os jovens com mais energia. Saber que pouco, ou nada, se sabe e ainda há bastante espaço no HD do cérebro para aprender e conhecer. Num outro ritmo, é claro.