Por Gabriela Streb
Com o tempo, você vai flexibilizando conceitos, desejos e atitudes. Digo isso nos relacionamentos, e falo no feminino, pelo meu gênero.
A adolescência começava aos 15 anos, e as meninas sonhavam com seu príncipe. Sempre achei ele sem graça, com aquele cabelo horrível, e o tal cavalo branco.
Já escrevi sobre isso e continuo afirmando que a Cinderela pediu apenas um vestido novo e uma noite de folga. O tal príncipe veio a reboque.
Mas não é esse o foco desse texto.
O foco é que, com o passar do tempo, acabei aprendendo – claro que isso regado a terapia – que tu não precisas assumir certas coisas da vida do teu companheiro.
Como, por exemplo, seus filhos. Afinal, são filhos do outro com outra e não seus. No meu caso, se ainda quisesse essa experiência, tinha optado em ser mãe. Mas nunca quis. Também vais perceber que a família do outro é dele e a tua é tua – leia-se: teus pais, que a esta altura já estão com certa idade.
Então, em meio a teu comentário de indignação dos teus pais, porque depois de certa idade tu acaba te incomodando com algumas atitudes que parecem de criança, o gesto do teu companheiro é apenas ceder os ouvidos, sem tecer grandes opiniões.
Afinal, a gente só vai querer apoio, colo, ombro e ouvidos. Nada mais. E, quando chegar neste nível, tu vais perceber que está com teu número um.
O número um é tua prioridade, assim como tu é dele. Não são filhos de outros relacionamentos, nem teus pais, apenas tu és a prioridade dele e ele a tua. E assim todo o resto se encaixa, porque vocês estão em harmonia e a vida desliza como se num espelho de águas calmas.
Afinal, nessas alturas não há pessoa que não traga um kit com o novo relacionamento. Tampouco algum de nós ficou congelado dentro de um freezer todo esse tempo.
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My number one
Over time, you will relax concepts, desires, and attitudes. I say this in relationships, and I speak in the feminine, by my gender.
Adolescence began at age 15, and girls dreamed of their prince. I always thought he was boring, with that horrible hair, and that white horse.
I have already written about it and I continue to state that Cinderella just asked for a new dress and a night off. That prince came in tow.
But that is not the focus of this text.
The focus is that, over time, I ended up learning – of course, this is watered by therapy – that you don’t need to take on certain things in your partner’s life.
Like, for example, your children. After all, they are children of the other with another and not yours. In my case, if I still wanted that experience, I had chosen to be a mother. But I never wanted to. You will also realize that the other’s family is his and yours is yours – read your parents, who are now at a certain age.
So, amid your parents’ indignation comment, because after a certain age you end up bothering you with some childlike attitudes, your partner’s gesture is just to give your ears away, without expressing great opinions.
After all, we will only want support, lap, shoulder, and ears. Just it. And when you reach this level, you will realize that you have your number one.
Number one is your priority, just as you are his. They are not children of other relationships, nor are your parents, only you are his priority and he is yours. And so everything else fits together because you are in harmony and life slides as if in a mirror of calm waters.
After all, at these times there is no person who does not bring a kit with the new relationship. Nor have any of us been frozen in a freezer all this time.
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