Por Gabriela Streb
No livro “Contra um Mundo Melhor”, do Filósofo Luiz Felipe Pondé, ele diz que: “os homens estão de saco cheio das mulheres emancipadas. É necessário que possamos falar do assunto. E, raramente, falamos disso. Até porque, nossas mulheres têm o hábito de falar em nosso lugar, mesmo quando dizem que querem nos ouvir.”
Sério isso??!! Andamos tão preocupadas em firmar pensamentos, opiniões e o tal empoderamento feminino que, às vezes, confesso, nossos ouvidos não escutam.
Acho que, talvez, o homem deve aprender a dizer não também. As mulheres vêm exercitando isso ao longo do tempo. A gente diz não para a cozinha, maternidade, virgindade e uma série de outras coisas. Nada fácil. Decisões como a que tive de não ter filhos é remar contra a maré. Minha mãe sempre faz aquele comentário do tipo: pois é, só tenho uma neta. Dependendo da entonação, sei o que ela quer dizer com isso. Nunca vou numa reunião de pais na escola, nem buscá-los na casa de algum colega.
Já fiz, algumas vezes, essa mão para algumas amigas, mas não vou participar de qualquer grupo de whatsapp de mãe dos colegas, professores, balé ou futebol.
Às vezes, penso que, se tivesse filho, queria vários. Tipo casa cheia. Confusão no almoço e discussão à mesa. Todos falando ao mesmo tempo. Uma conhecida, fez uma bacia de batatas fritas para almoço, que contava com o casal, mais cinco filhos.
Ao colocar na mesa, mesmo com o seu alerta de que cada um espere sua vez para se servir, os cinco pularam sobre a tigela. Ela, no meio dos gritos, simplesmente pegou a bacia e jogou janela fora. Bom que moravam numa casa e, pasmem, voltou ao almoço como se nada tivesse acontecido.
No outro dia, repetiu o cardápio, e a tigela foi passada de mão em mão pelos cinco filhos, parecia um quartel.
No meu caso, não dá para fazer isso, só tem a Marina, única sobrinha, única neta e única filha do meu irmão. Coitada, vai acabar carregando toda a família nas costas. Eu sempre aviso a ela: “tu vais ter que cuidar de mim.” Ela só mostra um sorriso amarelo, que eu não sei bem se é positivo ou negativo. Melhor não saber nesse momento!
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Our Pondé
By Gabriela Streb
In the book “Against a Better World,” by Philosopher Luiz Felipe Pondé, he says that: “men are fed up with emancipated women. We need to be able to talk about it. And we rarely talk about it. Especially because our women are in the habit of speaking in our place, even when they say they want to hear us.”
Really??!! We are so concerned with establishing thoughts, opinions, and such female empowerment that, sometimes, I confess, our ears do not listen.
I think that perhaps the man should learn to say no too. Women have been exercising this over time. We assume no to cooking, motherhood, virginity, and a host of other things. Not easy. Decisions like the one I had not to have children is to row against the tide. My mom always makes that comment like: yeah, I only have one granddaughter. Depending on the intonation, I know what she means by that. I never go to a parents’ meeting at school or pick them up at a colleague’s house.
I’ve done this hand a few times for some friends, but I’m not going to participate in any WhatsApp group of a mother of colleagues, teachers, ballet or football.
Sometimes, I think that if I had a child, I would want several. Like a full house. Confusion at lunch and discussion at the table. All were talking at the same time. One acquaintance made a bowl of potato chips for lunch, which included the couple, plus five children.
When placing on the table, even with their warning that each wait their turn to serve, the five jumped on the bowl. She, in the middle of screaming, simply took the basin and threw it out the window. Good that they lived in a house and, amazingly, returned to lunch as if nothing had happened.
The other day, the menu repeated, and the bowl was passed from hand to hand by the five children. It looked like a barracks.
In my case, you can’t do that; there is only Marina, my brother’s only niece, only granddaughter, and only daughter. Poor thing, she’ll end up carrying the whole family on her back. I always warn her: “You are going to have to take care of me.” It only shows a yellow smile, which I am not sure whether it is positive or negative. Better not to know right now!
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