Por Reginaldo Leme
Olá, amigos do Florida Review! A fórmula 1 faz sua primeira parada na Europa com o gepê da Emilia Romanha neste domingo, e com um panorama bem interessante para a Ferrari, que corre em casa e deverá ver uma invasão dos tifosi no circuito de Ímola.
Depois do Bahrein, Arábia Saudita e Austrália, a fórmula 1 enfim desembarca na Europa. É o gepê da Emília Romanha, e vai ser uma escala bem rápida, antes de pisar pela primeira vez em continente americano para a tão esperada estreia do GP de Miami.
Houve uma época em que muitos consideravam que o campeonato só começava a partir da chegada à Europa. Tanto que as equipes faziam as primeiras corridas com os carros do ano anterior, e só estreavam os modelos novos quando chegavam lá.
Na fórmula 1 atual, em que a guerra começa logo na primeira largada, os carros, além de novos, já começam a receber as primeiras atualizações.
Mesmo assim, o que Alpine e Mercedes AMG Petronas trazem de novo ainda não tem nada de radical. Um caso especial é o da Red Bull, que tem um carro veloz, mas nada confiável. Dois abandonos de Max Verstappen e um de Sérgio Perez em três corridas acendeu a luz vermelha. enquanto isso, a ferrari navega em águas suaves, liderando com folga os dois campeonatos.
Uma atração extra deste GP em Ímola é a corrida sprint de 100 quilômetros no sábado, que define o grid de largada do domingo. Este sistema de disputa vai se repetir no GP da Áustria e no Brasil. Já era esperado que Interlagos fosse escolhido em consequência do sucesso que foi o GP de São Paulo em 2021.
Assim, neste fim de semana as equipes terão somente um treino livre na sexta-feira, a classificação tradicional acontece também na sexta, mas para definir a prova sprint do sábado e dessa nasce o grid de largada do gepê de domingo.
A previsão para o fim de semana aponta 84 por cento de chance de chuva na sexta. No sábado a chance é menor. e no domingo volta a ser de 71 por cento. Isso torna o resultado menos previsivel. mas, diante do dominio da Ferrari, a chuva pode até favorecer Leclerc, que é bom em qualquer tipo de pista. mas também é importate levar em conta que a chuva aumenta o grau de dificuldade, e é nessa condição que sobressaem-se aqueles mais talentosos em pista molhada. entre eles, Hamilton e Verstappen, pra botar um tempero especial na disputa.
A escolha da pirelli também volta ao normal. Depois de usar os compostos c2, c3 e c5 em Melbourne, a Pirelli não arrisca tanto em Ímola, preferindo a gama intermediária. O c4 como o pneu mais macio, mas não tão macio como o c5. Portanto, a escolha é c2, c3 e c4, tendencia para a maioria das corridas.
O circuito não traz mais aquela carga negativa de tempos atrás, depois de criada uma chicane no lugar da curva Tamburello, ainda assim, é inevitavel a lembrança do quanto a pista era perigosa com a Tamburello muito veloz e em um trecho sem espaço para uma área de escape como hoje existe nos circutos mais modernos.
A Tamburello nos traz lembranças de acidentes muito graves. O de Nelson Piquet com a williams em 1987, o de Gerhard Berger com a Ferrari em 1989, que, além do impacto forte, ainda teve o fogo envolvendo o carro enquanto o piloto ainda estava no cockpit e a fatalidade no acidente de Ayrton Senna em 1994 .
Até aí falando só da Tamburello. mas em outros trechos estreitos da pista, também em 94 houve ainda o grave acidente de Rubinho Barrichello, com o carro Jordan decolando e batendo na grade de proteção, provocando o desmaio do piloto no treino de sexta-feira e no sábado, o austríaco Roland Ratzemberger não resistiu aos impactos dos dois lados do guard-rail, e teve morte instantânea.
Um ano terrivel para a fórmula 1 e, principalmente, a pista de Ímola. No mesmo fim de semana, duas mortes.
Por causa disso, Ímola ficou 14 anos fora da fórmula 1, só retornando em 2020 no reformado calendário da pandemia. E voltou bem, proporcionando ótimas corridas por seus 4.909 metros, agora com muito mais segurança.
Antes chamado de GP de San Marino, seu retorno marcou uma nova nomenclatura para a corrida: é o GP da Emília Romanha, uma região riquíssima da Itália, belíssima, que cruza o país desde o litoral leste até quase a costa oeste e é dividida entre a capital Bolonha e mais nove regiões: Ferrara, Forli, Cesana, Módena, Parma, Ravena, Piacenza, Reggio Emilia e Rimini.
Bolonha é onde foi criado o molho à bolonhesa e abriga a universidade mais antiga do mundo ainda em atividade, fundada em 1080. A cidade é importante centro histórico italiano com construções antigas e medievais. Ferrara, por exemplo, respira arte e é repleta de artefatos e construções deixados pela civilização etrusca, tendo sido também um dos berços da Renascença.
Parma é conhecida por suas planícies e águas termais ricas em minerais. A cidade também foi responsável pela criação de algumas delícias italianas, como o presunto di parma e o queijo par犀利士
migiano reggiano.
Módena, moderna, é um importante pólo tecnológico e industrial do país, abrigando diversas fabricantes de carros.e vejam que carros: Ferrari, Lamborghini, Maserati e outras menos famosas e também é conhecida pela quantidade de museus e antigas catedrais.
Ravena foi a capital do império bizantino entre 402 e 476 depois de Cristo. A cidade foi inspiração para as obras de Dante Alighieri, Nostradamus, Lorde Byron, entre outros.
Piacenza centraliza a maior produção de carnes, queijos e vinhos da itália. Uma excelente pedida para quem gosta das famosas tratorias italianas…
Entre Parma e Módena está Reggio Emilia, local onde a bandeira italiana que conhecemos hoje foi adotada, em 1797. O local recebe muitos eventos voltados para as crianças e abriga o centro internacional para a cultura infantil e criatividade Loris Malaguzzi.
Rimini, na costa do mar Adriático, tem 15 quilômetros de praia com ótima infraestrutura turística. é um dos destinos mais visitados no verão europeu, com muitos bares, restaurantes e festas.
Forli foi fundada pelos romanos no século 2 antes de Cristo. Apesar de pequena, tem grande importância turística por causa do aeroporto internacional Luigi Ridolfi.
E Casena, bastante conhecida por seu setor gastronômico, tem grande representatividade agrícola para a Itália. A cidade foi dominada pela família Malatesta durante muitos anos, responsável por seu apogeu cultural e histórico.
Campeonato de Pilotos
Com duas vitórias e um segundo lugar, Charles Leclerc já alimenta uma liderança tranquila após três etapas. Claro que ainda faltam vinte corridas até o fim da temporada, mas os 34 pontos de vantagem para o vice-líder o colocam como franco favorito ao título que a Ferrari não vence desde 2007 com Kimi Raikkonen…
Além da vantagem do monegasco, há também a alternância de vice-líderes. Após os gepês do Bahrein e da Arábia Saudita, Carlos Sainz era o segundo colocado, com Max Verstappen já em terceiro, ameaçado por Carlos Sainz.
Na Austrália, os dois abandonaram a corrida, Sainz por um erro e Verstappen por outro problema de motor e assim, o novo vice-líder passa a ser George Russell, da Mercedes-AMG-Petronas, piloto que terminou todas as três corridas até agora com uma boa consistência de posições: quarto no Bahrein, quinto na Arábia e terceiro na Austrália, o seu primeiro pódio na Mercedes. Russell soma 37 pontos.
Sainz é o terceiro com 33, seguido de perto por Sérgio Perez, que tem 30, e por Lewis Hamilton com 28, que passou Max Verstappen na tabela. O atual campeão tem somente os 25 pontos da vitória na Arábia Saudita.
Ocon, Norris, Magnussen e Valtteri Bottas fecham os dez melhores na pontuação após três corridas.
Campeonato de Construtores
Se a situação de Leclerc já é tranquila no campeonato de pilotos, a da Ferrari entre os construtores é ainda mais.São 39 pontos sobre a Mercedes-AMG-Petronas, que, apesar de todos os problemas de carro e motor, é a única equipe a terminar todas as três corridas nos pontos com seus dois pilotos, Russell e Hamilton.
A Red Bull aparece em terceiro, dez pontos atrás da Mercedes, e com a McLaren, que começou mal o ano, já em quarto lugar, mas apenas dois pontos à frente da Alpine, a equipe que mais evoluiu do ano passado para este.
Alfa Romeo e Haas protagonizam boa disputa pelo sexto lugar. Os dois times, que usam a unidade de potência da Ferrari, estão separados por apenas um ponto. mas são ambas ameaçadas pela Alphatauri, que soma dez, no oitavo lugar.
A Williams, com o heróico décimo lugar de Alex Albon em Melbourne, soma um ponto, enquanto a Aston Martin é só decepção, e até agora é a única equipe ainda sem marcar ponto.
Os horários de transmissão você encontra no meu Instagram @regileme bem como a análise da corrida, na segunda-feira, no “Batendo Roda com Rubinho Barrichello”
Abraços a todos e até a próxima!