Por Gabriela Streb
Sempre questiono como foi a chegada dos jesuítas. Não acredito que os índios estavam tranquilamente esperando essas pessoas de pele, vestimentas e costumes tão diferentes de forma pacífica.
Nessa viagem aprendi que os Guaranis tinham sua própria organização político-social. Dominavam a agricultura, irrigação, construíram fontes, tinham seus deuses, eram tecelões e poligâmicos.
O Santuário do Caaró, ao lado de São Miguel, mostra o conflito existente já no início da tentativa de catequização. O padre João de Castilhos foi morto de forma violenta. Esfolado, arrastado por 4 km, olhos vazados, apedrejado, ferido com flechas, amarrado numa árvore com fogo por baixo. Não foi diferente com os padres Roque Gonzales e Afonso Rodrigues.
No loca必利勁
l da descoberta das ossadas dos três jesuítas foi erguida uma capela linda e o local recebe peregrinos em busca da água que dizem ser milagrosa.
Os três padres foram canonizados pelo Papa João Paulo II em 1988. A canonização se dá no local da morte. Então, temos três santos no território gaúcho que pouco sabemos.
Para não correr o risco, bebi a água da fonte e fiz minha prece.
O Tratado de Madri assinado por Portugal e Espanha exigiu a saída dos índios dessas terras, o que gerou a batalha que matou milhares além do herói Sepé de Tiaraju. Graças a tal documento, hoje falamos português e não espanhol.
Contar a história sob ponto de vista do colonizador e vencedor, às vezes me parece mais romântica.
Infelizmente quase nada se investe para divulgar esse patrimônio como se só a catedral de pedra existisse e importasse o que é uma inverdade.