Por Gabriela Streb
Lembro de ser um domingo à noite em setembro de 2006, por volta das 23 horas, voltando de Porto Alegre para Novo Hamburgo.
No trajeto da BR 116 não existia iluminação e as laterais com lâmpadas fluorescentes. Tampouco existia a elevada em frente ao pórtico da entrada de Sapucaia do Sul. Ali havia uma sinaleira. Fomos parando aos poucos porque o semáforo havia acabado de ficar vermelho.
Naquele momento cruzam dois carros por nós passando da rua lateral para dentro da BR 116. Em poucos segundos, adiante, os carros começaram a rodopiar e infelizmente haviam três moças em um dos veículos que se chocou num poste e elas vieram a falecer.
Tentamos socorrer, lembro que liguei para a emergência já dizendo, duas parecem não respirar e a motorista está presa entre as ferragens, parece estar viva.
Passados tantos anos, o poste continua lá e eu, por muito tempo, contava os dezesseis segundos que me separaram do pórtico até o local do acidente.
Cheguei a esquecer isso por um tempo e nesta última semana a contagem quase automática voltou à minha cabeça. São dezesseis segundos que separaram a vida da morte.
Isso tudo porque perdemos um colega num acidente completamente sem sentido, um pneu que soltou de um ônibus do outro lado da via e atingiu o carro dele. O inexplicável. Algo tão improvável quanto um satélite nos atingir durante uma caminhada.
Como o acaso pode acontecer com qualquer de nós, vamos valorizar as coisas simples, positivas e as pessoas que estão conosco, amigos e famil犀利士
iares. Um abraço ou um afago são sempre benvindos porque nem sempre haverá uma segunda oportunidade.