Por Gabriela Streb
Nem tudo está perdido
As comemorações antecipadas pelo Dia da Independência do Brasil parecem ter passado despercebidas. No dia anterior ao 7 de setembro, a Associação Comercial e Industrial – ACI, ergueu a bandeira ao som do hino nacional na presença de associados e colaboradores. Não cheguei a tempo de me posicionar, mas ali da minha janela fiquei acompanhando a bandeira subir no ato cívico que outrora era tão presente.
Lamentável o quanto perdemos nestes últimos tempos o amor pelo nosso país e pelos nossos símbolos, devido a um duelo político nojento que parece não ter fim.
E em meio a tais questões, nós, aqui do Rio Grande do Sul, passamos mais uma vez por uma catástrofe climática. A natureza é implacável, passa devastando.
O RS está calejado porque nos últimos meses enfrentou três ciclones. Desta vez, o pior de todos, com o maior número de mortos e desabrigados. Às vezes, fico imaginando como é voltar para casa e não encontrar mais a casa, apenas a roupa que está no corpo. Perder memórias, fotos, objetos de uma vida inteira, e pior ainda, perder familiares, amigos e pessoas da sua cidade.
É um vazio que se instalou. Um buraco negro que violentamente sugou e arrastou tudo e todos no Vale do Taquari. A esperança e a sensação de que nem tudo está perdido é que nosso estado se uniu em prol dessas cidades, fazendo uma enorme campanha, arrecadando dinheiro, comida, itens de higiene e limpeza, colchões, lençóis e roupas. O Sete de Setembro foi apenas um feriado, talvez inexpressivo, mas o civismo tomou conta dos gaúchos em cada ato de doação e solidariedade, tentando olhar para frente.