Claudia Zogheib
A destruição que estamos assistindo tanto nas guerras como nas catástrofes naturais são sentidas minuto a minuto, fatalidades que fazem vítimas inocentes e que traz consequências irreparáveis para todos.
A humanidade se esvai na corrente destrutiva do abuso do homem, e em qualquer setor o individualismo dá sinais constantes de que o caminho que não considera que a própria ideia sem pensar no outro destrói e traz consequências para ambos, dificultam uma possível retomada construtiva, destilando sangue que é derramado por todos.
Assistimos as destruições da guerra e da natureza que se rebela, e enquanto a angústia toma conta de uma dor que transforma o Céu azul em cor sem definição, ficamos à espera de um milagre na esperança que 10 mil mortes sejam suficientes para que as pessoas entendam que destruir nunca foi e nunca será a melhor alternativa. Com relação a natureza, ao nosso alcance está nossas ações diárias para a manutenção da vida: usar plástico reciclável, não descartar lixo de forma desenfreada e desorganizada, cuidar do nosso solo, consumir menor e com mais consciência, plantar mais arvores, cuidar das matas, dos rios, do oceano, dos nativos, dos índios e da Amazônia.
Na lógica natural de sobrevivência, os sinais que a natureza está dando como resposta ao que estamos fazendo para ela há séculos nos faz desconfiar que ainda engatinhamos quando o assunto é pensar que toda a ação traz consequências e que inevitavelmente serão para todos.
A guerra é uma resposta doentia que não passa pela subjetividade, e enquanto assistimos ao massacre, nos tornamos doentes com ela numa angústia que toma conta da dor que não transforma, e na falta de concórdia, solidariedade, desejo de paz, recuo diante da agressividade do outro, somos alimentados por sentimentos difíceis de digerir e que nos expõe ao crivo da decisão de quem não escuta o lado da passividade como meio de resolver conflitos.
Calor no inverno, frio no verão, enchentes, ressaca no mar nos atentam para a agressividade do homem com a natureza que nos responde sem saber o que se passa, dando sinais de exaustão do abuso que carregam em seus ombros.
As catástrofes naturais são consequências do mal uso que o homem faz da natureza, e muitos desastres têm ocorrido porque o planeta Terra está sofrendo cada vez mais com o aquecimento global e a degradação ambiental, resultando no aumento dos desastres naturais ocasionados pelo desiquilíbrio da natureza. As guerras são conflitos armados que acontecem por desentendimentos religiosos, interesses políticos e econômicos, disputas territoriais, rivalidades étnicas. O que elas têm em comum é a ação do egoísmo do homem que continua a funcionar num estado mental de cisão com sua própria condição de homem terra, subjetividade, corpo, desejo humanizado e coração pulsante.
Enquanto tudo isto acontece, o Céu continua para todos nos levando a pensar que o planeta Terra ainda tem esperança na humanidade.
Música “Terra” com Caetano Veloso.
Foto do Acervo @renatorock1