Por Antônio Tozzi
Durante duas décadas, três jogadores dominaram o tênis mundial:Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic. Eles encantaram plateias que lotaram as arquibancadas nas mais famosas quadras do planeta e milhões de admiradores que acompanhavam seus feitos pelas transmissões esportivas.
Essa era dourada do tênis, porém, está chegando ao fim como um chocolate fino que adoramos degustar. Cada um à sua maneira, eles estabeleceram sua quadra favorita dentro do Grand Slam.
O suíço Federer, conhecido como “Rei da Grama” se tornou o maior vencedor do tradicional torneio de Londres, jogado no gramado do All Tennis Club de Wimbledon. Já o espanhol Rafael Nadal transformou a quadra principal de Roland Garros, denominada de Philipe Chartrier, como sua casa, tanto que é o maior ganhador de títulos em Paris e batizado de “Rei do Saibro”. Novak Djokovic, por sua vez, tornou-se uma lenda no Australian Open, torneio disputado em Melbourne e vencido por ele dez vezes, onde reina soberano. Tanto ele como Federer dividem a primazia de serem os maiores campeões do Aberto dos Estados Unidos. Cada um deles venceu o US Open, em New York City, por seis vezes.
Ou seja, dificilmente havia alguma surpresa ao anunciar o vencedor de algum torneio importante que não fosse um dos três europeus. Apenas o escocês Andy Murray e o suíço Stan Wawrinka conseguiram algum brilho nessa era dominado pelo “Big Three”, conquistando três títulos de Grand Slam cada um.
Entretanto, os fãs do esporte de branco precisam se acostumar a não vê-los fazendo jogadas geniais nas quadras de todo mundo. Os carteis deles são impressionantes: Roger Federer, já aposentado, tem em seu curriculo 103 títulos (20 Grand Slam e 28 Masters 1000); Rafael Nadal, que deve disputar a última temporada de sua carreira faturou 92 títulos (22 Grand Slam e 36 Masters 1000), e Novak Djokovic 94 (23 Grand Slam e 38 Masters 1000). Ele ainda continua em atividade e quer ampliar sua vantagem, pois é o maior ganhador de torneios de Grand Slam em todos os tempos. Ele divide a primazia com a australiana Margareth Court, que também venceu 23 torneios de Grand Slam na Era Amadora. Particularmente, acho que ele deve conquistar seu 24º título ainda este ano mesmo com a nova geração do tênis mundial pedindo passagem.
Quem são os jogadores que formam a nova geração do tênis mundial
O predomínio de Novak Djokovic como rei do tênis masculino pode parecer estar sob ameaça dos jovens craques do esporte, mas sua posição como número 1 do mundo provavelmente será reforçada nos próximos meses.
A derrota de Djokovic contra o italiano Jannik Sinner nas meias-finais do Open da Austrália pôs fim ao reinado do sérvio como número 1 mundial, com a vitória de Sinner alimentando a crença de que tínhamos assistido a um momento significativo no ténis.
Tal como aconteceu quando o espanhol Carlos Alcaraz derrotou Djokovic na final de Wimbledon no verão passado, a ânsia de anunciar o fim da era de domínio para o rei do Grand Slam, é a realidade de que ele continua a ser o rei do jogo na atualidade.
Djokovic viu 1.200 pontos no ranking caírem de seu recorde depois que ele não conseguiu defender o título do Aberto da Austrália no mês passado e isso permitiu que o número 2 do ranking Alcaraz passasse para 600 pontos do primeiro lugar.
Essa modesta vantagem pode parecer tornar Djokovic vulnerável no topo do ranking, mas é improvável que o sérvio seja derrubado do primeiro lugar tão cedo por uma série de razões.
Em primeiro lugar, Alcaraz tem um grande número de pontos para defender, já que teve grande sucesso neste momento em 2023.
O espanhol se prepara para disputar provas de quadras de saibro na América do Sul e tem 550 pontos para defender de torneios em Buenos Aires e no Rio.
Ele então tem 1.000 pontos para defender de sua vitória em Indian Wells em março passado e 360 pontos ainda estão em seu recorde de sua corrida para as semifinais do Miami Open.
Para concluir o elemento Alcaraz desta história, o espanhol precisaria vencer seus próximos quatro torneios para melhorar seu ranking e ter a chance de derrubar Djokovic como número 1 do mundo.
É uma história semelhante para o número 3 do mundo, o russo Daniil Medvedev, que atualmente está 1.090 pontos atrás de Djokovic no ranking, mas também tem muitos pontos para defender nas próximas semanas.
Ele venceu torneios em Roterdã, Doha e Dubai em fevereiro de 2023, antes de chegar à final em Indian Wells e vencer o Miami Open.
Essa sequência de vitórias significa que Medvedev também precisaria de uma série clara de vitórias no torneio nas próximas semanas para melhorar seu ranking atual.
Sinner também não deve dar um salto no ranking, já que tem grandes pontos no ranking para defender de uma corrida para o torneio em Roterdã, enquanto chegou às semifinais em Indian Wells e à final em Miami.
O wild card nesta batalha pelo número 1 do ranking mundial é, como tem sido há muitos anos, o grande Djokovic.
Ele não jogou em Indian Wells e Miami no ano passado, pois foi proibido de entrar nos EUA devido ao seu status de vacina contra a Covid, e isso significa que ele tem 2.000 novos pontos no ranking para perseguir nas próximas semanas.
Portanto, antes da temporada europeia de quadras de saibro que começa em abril, a posição de Djokovic como número 1 do mundo parece ser intocável e há uma boa chance de ele fortalecer sua posição como número 1 do mundo.
Ou seja, os jovens astros que deverão dominar o tênis são o espanhol Carlos Alcaraz, o italiano Jannik Sinner, o russo Daniil Medvedev e o norueguês Casper Ruud.
Dessa forma, como diz o ditado, “Rei morto, rei posto”. Ao mesmo tempo que sentiremos falta dos espetáculos proporcionados pelos três fenômenos, é chegada a hora de saudar a nova geração dos tenistas que deve desfilar nas principais quadras do mundo.
Aqueles que gostam de apostar jogam suas fichas nos principais destaques para apontar quem ocupará a posição nº 1 do tênis mundial. Os favoritos são Sinner e Alcaraz. Na sua opinião, quem será o novo rei do tênis masculino?