Por Nanda Cattani
Hoje, 27 de janeiro, o mundo para para lembrar. É uma data que carrega um peso histórico e emocional profundo, marcada por tragédias que nos ensinam sobre a fragilidade da vida e a força do amor e da memória.
Neste dia, em 1945, os portões do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau foram abertos pelo Exército Soviético, revelando ao mundo os horrores do Holocausto. Milhões de homens, mulheres e crianças foram brutalmente exterminados, vítimas do ódio e da intolerância. O Dia Internacional da Memória do Holocausto não é apenas uma homenagem às vítimas, mas também um grito de alerta: nunca mais devemos permitir que a indiferença e o preconceito criem cicatrizes tão profundas na humanidade.
Mas, para nós, brasileiros, o 27 de janeiro também traz à tona uma dor recente e pessoal. Em 2013, nesta mesma data, a cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, foi marcada pela tragédia da Boate Kiss. Um incêndio devastador levou 242 vidas jovens, cheias de sonhos e planos. Famílias ficaram destroçadas, comunidades inteiras foram abaladas, e o país parou em luto.
Esses dois acontecimentos, separados por décadas e contextos tão distintos, têm algo em comum: eles nos convidam a refletir sobre a importância de valorizar cada vida, de lutar pela segurança, pela justiça e pela paz. Ambos nos mostram como o descaso – seja com a humanidade, seja com a segurança de um local – pode trazer consequências irreparáveis.
Hoje, enquanto lembramos das vítimas do Holocausto e da Boate Kiss, devemos nos perguntar: como estamos cuidando uns dos outros? Como podemos transformar a dor em ação? Como podemos honrar essas memórias, garantindo que elas não sejam esquecidas?
O 27 de janeiro não deve ser apenas um dia de tristeza, mas também um momento de esperança. Esperança de que, ao lembrar, possamos construir um futuro diferente. Que as vidas perdidas não tenham sido em vão, mas sirvam como farol, iluminando o caminho para um mundo mais humano, mais justo e mais seguro.
Neste dia, oferecemos nossa memória, nossas lágrimas e nosso compromisso. Porque lembrar é resistir, e resistir é o primeiro passo para mudar.