Por Tati De Vasconsellos
Mudar de país é um grande sonho para muitos brasileiros, mas junto com a promessa de novas oportunidades, vem também desafios emocionais profundos que nem sempre são discutidos. Imigrar significa construir uma nova vida em terras desconhecidas, mas também implica em deixar para trás redes de apoio, a familiaridade cultural e, muitas vezes, uma parte importante de quem somos. Essa transição pode ser tão emocionante quanto desafiadora, trazendo sentimentos como solidão, ansiedade, culpa por estar longe da família e, em alguns casos, até um senso de desconexão de si mesmo.
A saudade que sentimos não é apenas de pessoas ou lugares, mas também de uma versão de nós mesmos que se sentia pertencente, segura e confortável no idioma e nos costumes da própria cultura. Adicionar a isso as pressões da adaptação ao mercado de trabalho, as barreiras linguísticas, e o peso da expectativa de “dar certo” no exterior, pode gerar uma sobrecarga emocional silenciosa, mas significativa.
Um dos maiores desafios é que muitos imigrantes ignoram ou minimizam esses sentimentos. Afinal, diante de tudo o que envolve construir uma vida em outro país, cuidar da saúde mental muitas vezes parece um luxo ou uma prioridade menor. No entanto, a verdade é que negligenciar o emocional pode ter consequências sérias, como crises de ansiedade, sentimentos de vazio constante e dificuldades de conexão até com aqueles que amamos.
Como terapeuta holística, especializada em saúde emocional de brasileiros expatriados e pessoas altamente sensíveis, tenho visto como pequenas mudanças podem trazer alívio e equilíbrio para quem vive essa realidade. Adotar práticas como criar uma rotina que inclua autocuidado, buscar grupos de apoio de brasileiros para reforçar a sensação de pertencimento, e considerar a terapia online como uma ferramenta de suporte, pode transformar a forma como lidamos com os desafios.
Acima de tudo, é essencial validar seus sentimentos. Não se culpe por sentir saudade, frustração ou cansaço – esses sentimentos não são sinal de fracasso, mas parte natural do processo de adaptação. Mudar de país é um ato de coragem, e cuidar do seu bem-estar emocional é a melhor forma de honrar essa jornada.
Neste Janeiro Branco, é importante lembrar que a saúde mental merece atenção em todos os momentos do ano, não apenas neste mês. A busca por equilíbrio emocional é um compromisso contínuo, que pode transformar não só sua experiência como imigrante, mas toda a sua vida. Não é luxo, é necessidade – e o primeiro passo é reconhecer que você não precisa enfrentar tudo sozinho.
Sou Tati de Vasconcellos, terapeuta holística especializada em saúde emocional de brasileiros expatriados e pessoas altamente sensíveis (PAS). Atendo exclusivamente online, conectando brasileiros ao redor do mundo. Para saber mais e acessar conteúdos sobre saúde emocional e PAS, acompanhe meu Instagram: @tati_devasconcellos.