Por Richard W. Sanchez
A diferença na atitude e no comportamento relacionados à assinatura de contratos entre a cultura americana e a brasileira pode ser atribuída a diversos fatores sociais, legais e históricos.
Nos Estados Unidos, a prática de formalizar acordos por meio de contratos é amplamente difundida e valorizada em negócios de qualquer escopo, inclusive entre pessoas físicas. Essa abordagem se deve à forte tradição jurídica americana, que enfatiza a importância da lei e da segurança jurídica em transações comerciais para todos os envolvidos, e não apenas para os “mais ricos e poderosos”.
Por outro lado, no Brasil, a cultura dos negócios tende a ser mais informal em muitos aspectos. Historicamente, o país possui uma herança que remonta à época do descobrimento, baseada em relações de confiança e valores pessoais. Isso pode levar as pessoas a acreditar que a formalização de contratos é desnecessária quando há confiança estabelecida.
Essa mentalidade é reforçada por questões como a burocracia e a lentidão do sistema judiciário brasileiro, que podem criar desconfiança quanto à efetividade dos contratos. O famoso “jeitinho brasileiro” ou “Brazilian Way” também influencia a percepção sobre contratos, favorecendo soluções mais flexíveis e acordos informais.
Nos Estados Unidos, a cultura de litigância é mais presente. Isso reforça a importância da formalização, pois há uma maior predisposição para recorrer à justiça quando os termos do contrato são violados. No Brasil, o litígio muitas vezes é visto como uma opção menos desejável, dando-se preferência à resolução de conflitos por meio da negociação direta.
Outro aspecto a considerar é a legislação. Nos EUA, as leis contratuais são mais rígidas e o sistema legal é mais previsível. No Brasil, a interpretação das leis pode ser mais flexível, tornando a formalização contratual menos considerada como única garantia.
Por fim, se você considera negociar com os Estados Unidos, saiba que a cultura americana na assinatura de contratos faz toda a diferença na velocidade, no tom e no desfecho da negociação.