Meu nome é Claudia Zogheib, sou psicóloga clínica formada pela USC, psicanalista pela USP.
Tenho consultório em Bauru e em São Paulo, mas atualmente estou atendendo somente online por conta da pandemia. Eu já havia experenciado o atendimento online em São Paulo desde sempre. São Paulo tem um trânsito caótico, e por conta disto, meus pacientes acabavam muitas vezes pedindo o atendimento online: facilidades dos novos tempos.
E como a vida é dinâmica, meu consultório atravessou o oceano, viajou para outros países, e hoje é de quem quer entrar em contato consigo próprio, esteja onde estiver.
Trabalho também com Plantão Psicológico em empresas e hospitais, onde fico a disposição 3 horas por semana para atendimento breve, pontual. Na minha página www.claudiazogheib.com.br , em projetos, tem o ícone que explica melhor a modalidade plantão psicológico.
Uma outra atividade que tenho, é que no Instagram e Facebook em @cinemaeartenodivã comento filmes, livros, arte, sob o meu olhar e o da psicanálise: sem regras, apenas comento, para que as pessoas possam buscar nos meus comentários o interesse por filmes que ajudam a pensar a vida de uma forma mais profunda, talvez de ângulos nunca antes pensados, enfim, que nos ajudem nesta caminhada da vida.
Meus contatos para agendar atendimento ou para “plantão psicológico” são 011 99262 9215樂威壯
ou 014 99128 6800, e o e-mail é contato@claudiazogheib.com.br
A partir de hoje e todas as quartas-feiras estarei publicando meus textos aqui na Florida Review. Segue o primeiro.
A dança das cadeiras
Por Claudia Zogheib
Sempre que pensamos no inconsciente, pensamos em se tratar de processos mentais que ocorrem sem que o indivíduo se dê conta. Na psicanálise ele é um conceito, e por isto, assume um significado mais específico e profundo.
Uma metáfora para compreender o sentido psicanalítico do inconsciente é a do iceberg. A parte visível, representa apenas um pequeno pedaço de sua verdadeira dimensão, o consciente. Sua maior parte encontra-se submersa, escondida sob as águas, o inconsciente.
Assim é a nossa mente. Aquilo que compreendemos é apenas a ponta do iceberg, e aquilo que não entendemos é o pedaço submerso, mas tudo é um iceberg, portanto fazem parte de uma unidade onde um se comunica com o outro, impossível não comunicar, e a predominância de um sob o outro é imensa, dada a dimensão do que está submerso.
O sofrimento psíquico advém de várias circunstâncias, tanto as conhecidas, quanto as desconhecidas, mas todas tem em si uma relação com o inconsciente sobretudo por estarmos sempre com a lembrança do consciente, ancorados por estruturas desconhecidas.
Freud dizia que o inconsciente seria como uma caixa-preta. Esta questão foi abordada por ele sobretudo nos livros “Psicopatologia da vida cotidiana” e “A Interpretação dos sonhos”, respectivamente, dos anos 1901 e 1899. Ele utilizou esse conceito para se referir a qualquer conteúdo que se encontre fora da consciência. Para ele, é nos pequenos erros que acontecem em nosso dia a dia que se expressa o inconsciente, tais como: confusões, esquecimentos ou omissões. Esses pequenos erros são uma forma de exprimir opiniões ou verdades que a razão não permite. Dessa forma, a intenção do indivíduo veste um disfarce de acidente, ancorado numa demanda sempre urgente. É como se através destes atos falhos pudessemos exprimir o que de fato está acontecendo dentro, naquela parte ainda desconhecida por nós.
A nossa caixa-preta guarda tudo, e tenta sobreviver ainda que de uma forma a nos passar uma rasteira, quando não possibilitamos que ela possa ser olhada, revivida, restaurada, enquanto não paramos para pensar porque agimos desta ou daquela maneira. Enquanto não acessamos o nosso mundo interno, possibilidade gerada no processo de pensar a vida continuaremos a cometer os mesmos lapsos.
Vivemos como no jogo da dança das cadeiras, tentando tirar aquilo que atrapalha, na tentativa de sentir alivio, tentando ganhar, fugindo de nós mesmos, como se os processos não fizessem parte do mesmo todo.
E desta maneira, enquanto não acessamos o inconsciente, repetimos as confusões, esquecimentos ou omissões… e seguimos brincando de tirar uma cadeira, alguém, o que atrapalha, para ganhar o jogo do nosso ego. Quem ganha?
Não há um ser humano que não se depare com este tipo de angustia. O que muda em cada indivíduo são as condições para enfrentar o desafio de olhar para si.
Este texto foi escrito ao som da música “Morning Sun”, de Dave Bixby, cantada por Melody Gardot.
2 Comentários
Bom dia , vdd as vezes a nossa vida e como a dança das cadeiras mesmo , tentamos fazer assim pra tentar fazer o certo e as vezes tiramos a cadeira no momento errado , lindo texto mesmo , obrigada
Obrigada Rosana, abraço!