Por Gabriela Streb
Em 1967 foi realizado o primeiro transplante de coração na África num homem que sobreviveu 18 dias depois de transplantado. Isso se deu a 54 anos atrás, mesma idade que eu tenho.
De lá para cá a medicina vem evoluindo e neste mês o médico Langone Health da Universidade de Nova York fez o primeiro transplante de rim vindo de um porco. Claro que a pesquisa é muito recente necessitando de muitos estudos e existe todo um dilema moral a ser debatido.
Eu, particularmente, adoro carne de porco, então, para usar um de seus órgãos em pessoas que aguardam na fila de espera um doador é aceitável.
Mas tem aqueles que irão defender que modificar um animal geneticamente para ser abatido e ser aproveitado seus órgãos não é aceitável. Também com sua parcela de razão.
Tenho uma amiga que que só compra ovos de galinhas felizes, aquelas que vivem soltas. Diz ela que os ovos são melhores e que é condizente com o seu conceito de preservar os animais sem sofrimento embora que elas sejam utilizadas para esta produção. Também tem razão.
Lembram de todo o debate da ovelha Dolly?
No entanto, se porcos são criados para o abate e consumo de carne, ocupar seus órgãos não seria problema e a assertiva de que para alguém viver outra precisaria morrer cairia por terra.
Sabe-se que 40% dos pacientes que esperam um órgão para transplante acaba morrendo na fila de espera.
O transplante se deu em um paciente humano com morte cerebral, sem expectativa de recuperação e foi autorizado pela família que desejava doar seus órgãos.
O rim foi extraído de um porco que foi geneticamente modificado para que o corpo humano não o rejeitasse.
Usar os porcos não é uma ideia nova, pois seus órgãos têm tamanhos semelhantes aos dos humanos. Válvulas, por exemplo, já são utilizadas.
Penso que antes de criticar tal experimento, pensemos na evolução que isso vai causar. Que tenhamos bom senso e mente aberta para esta possibilidade.