Por Reginaldo Leme
Olá, amigos da Florida Review. Apesar do motor estourado do Carlos Sainz, a Ferrari já mostra que começou a se recuperar e retomar aquele bom início de temporada.
Nas duas últimas corridas, duas vitórias consecutivas, uma de cada piloto. Muito bom para a equipe, nem tanto para Charles Leclerc, que está focado na busca ao líder Max Verstappen.
O fato é: Leclerc até recuperou em parte. Retomou a vice-liderança, que estava nas mãos de Sergio Perez e diminuiu a diferença para o lider, que era de 49 para 38 pontos e a Ferrari dá pinta de que pode esquentar o campeonato nessas onze corridas da segunda metade da temporada.
A primeira parada é na França, circuito de Paul Ricard. Pista tradicional, que voltou ao campeonato depois de ficar duas décadas fora da f1.
A Ferrari está de volta à briga. Venceu dois gepês seguidos – Carlos Sainz na inglaterra e Charles Leclerc na Áustria – mas ainda precisará de muito mais para ameaçar a Red Bull e Max Verstappen.
Na contabilidade final do fim de semana em Spielberg, Verstappen minimizou o prejuízo que poderia ser bem maior se a Ferrari tivesse sido rápida também na corrida sprint do sábado. Mas Leclerc e Sainz perderam tempo brigando um com o outro, e isso facilitou a vitória de Verstappen na sprint. Como no domingo o holandês terminou em segundo, ficando também com a volta mais rápida, acabou marcando apenas um ponto a menos do que Leclerc – 27 a 26.
Agora, nos 5.842 metros do circuito de Paul Ricard, a velocidade de reta conta muito, mas um bom equilíbrio para as fortes freadas é bem importante e de freio, tanto Red Bull como Ferrari estão bem.
É difícil apontar um favorito no gepê da França. No ano passado, pole e vitória ficaram com Max Verstappen, mas não foi nada fácil: na corrida o duelo entre ele e Lewis Hamilton foi de arrepiar e a Red Bull se deu bem porque a estratégia dela foi melhor. O holandês fez duas paradas; o inglês, apenas uma.
Este ano, a Pirelli repete a escolha dos pneus usados no ano passado. A preferencia foi pela gama do meio-os pneus c2, c3 e c4. É apenas a quarta vez que a Pirelli usa esses três modelos juntos. As corridas anteriores foram Arábia Saudita, Emília Romanha e Miami.
Embora a pista de Paul Ricard tenha sido construida em um local elevado, não fica longe do litoral. Algumas pequenas cidades da Riviera Francesa estão a 40 quilômetros e é nelas que boa parte da fórmula 1, começando pelos jornalistas, se hospedam. Para os pilotos e comandantes das equipes, há um resort bem em frente ao autódromo, que se chama Hotel e Resort du Castelet, que é tambem o nome da região.
A agradável Riviera Francesa, nesta época do ano, recebe gente da Europa toda, especialmente dos países mais frios do norte. As cidades são pequenas, mas os espaços ocupados estão nas praias, nos bares e nos restaurantes.
Na região que menos chove na França, o verão no litoral sul do país está no auge. As temperaturas chegam normalmente a 32 graus, mas pode até passar disso. A previsão para o gepê é de muito calor.
A Côte d´Azur, a Riviera mais famosa do mundo, é composta de 48 cidades que se estendem por uma faixa litorânea de 200 quilômetros. Dos Alpes até a fronteira com a Itália, às margens do Mediterrâneo. Algumas poucas chegam a ser grandes, como Marselha, Toulon e Nice, mas as mais famosas são Cannes, Saint-Tropez, Saint-Jean-Cap-Ferrat, Cap Saint Martin, San Rafael e a agradável Cassis, que é onde costumávamos nos hospedar nos finais de semana do 威而鋼
gepê da França.
Mônaco, independente da França, também faz parte, geograficamente, da Côte d’Azur.
Diz a lenda que a primeira corrida de carros da história aconteceu quando o segundo carro foi fabricado. Esta é uma imagem para mostrar que competições de carros sempre existiram, mas, de fato, foi na França que aconteceu a primeira competição entre automóveis de que se tem noticia. Foi há 128 anos, em 22 de julho de 1894.
Era uma corrida de estrada, de Paris a Rouen, com distancia de 126 quilômetros e foi vencida pelo conde Jules-Albert de Dion. Filho da nobreza francesa, ele é considerado também um dos pioneiros da indústria automobilística.
O Grand Prix de France acontece desde 1906 e faz parte do calendário da fórmula 1 desde a inauguração do mundial, em 1950, mas não foi disputado ininterruptamente. Portanto, esta será a 61ª edição de um campeonato que tem 73 anos.
O primeiro ano sem gepê foi 1955 em consequência da tragédia ocorrida nas 24 horas de Le Mans daquele ano, quando mais de 80 pessoas morreram depois que o Mercedes de Pierre Levegh perdeu o controle e voou em direção às arquibancadas. Este é, até hoje, o pior acidente já registrado na história do automobilismo.
Mais tarde, a França ficou um periodo grande sem o seu gepê. Entre 2009 e 2017, a França deixou o calendário. Primeiro porque o circuito de Magny-Cours, que apesar de moderno e funcional, ficava numa região agrícola e com muitas fazendas de gado, e o protesto dos fortes defensores do meio ambiente acabou com as corridas por lá. Depois, algumas tentativas de levar o gepê para Paul Ricard fracassaram por falta de acordo nas negociações com Bernie Ecclestone. A França, finalmente, retornou ao calendário em 2018, ficou fora de novo em 2020 por causa da pandemia e retornou no ano passado.
Esta será a edição número 62 do gepê da França, que já aconteceu em sete locais diferentes. Começou na cidade de Reims, passou pelos circuitos de Rouen, Charade, uma única vez em Le Mans, em 1967, e depois, vieram Paul Ricard, Dijon e Magny-Cours.
No ranking de vencedores, Michael Schumacher é o maior, com oito vitórias. Alain Prost é o segundo com seis vitórias. Juan Manuel Fangio e Nigel Mansell somam quatro cada um.
Entre os brasileiros, apenas duas vitórias: Nelson Piquet em 85 e Felipe Massa em 2008.
Neste domingo, Paul Ricard empata com Magny-Cours como as pistas que mais sediaram a prova: 18 vezes cada uma.
Campeonato de pilotos
A vitória de Verstappen na corrida sprint e o segundo lugar com volta mais rápida no domingo foram excelentes para ele no campeonato mesmo com Leclerc vencendo a corrida principal. O holandes marcou 26 pontos no fim de semana, só um a menos que o piloto da Ferrari, que precisa de fins de semana bem mais bem-sucedidos para tentar voltar à briga pelo título. O duelo agora está 208 a 170, 38 pontos de vantagem para Verstappen, mas Leclerc voltou a ser vice-líder, tomando o lugar de Sergio Perez que só marcou os quatro pontos da corrida sprint de sábado e não terminou a prova do domingo porque estragou o carro numa tentativa de ultrapassar Hamilton por fora, uma manobra considerada desnecessaria pelo proprio Helmut Marko, o homem que decide tudo na Red Bull.
Campeonato de construtores
56 pontos separam a líder Red Bull da vice-líder Ferrari na tabela dos construtores. Em terceiro, agora com 237 pontos, vem a Mercedes-Amg Petronas, que foi a equipe que mais marcou pontos no final de semana: 33 no total.
Quem está perdendo terreno é a McLaren. Com 81 pontos, agora está empatada com a Alpine.
Algumas questões a serem respondidas pelo gepê da França: a Ferrari segue sua evolução e conquista a terceira vitória seguida? Leclerc consegue se aproximar mais do líder? Ou Verstappen joga um balde de água fria nos sonhos dos rivais?
Tivemos duas ótimas corridas na Inglaterra e na Áustria e dá para esperar que o domingo na França não seja diferente.
Na segunda-feira tem o Batendo Roda com Rubinho Barrichello às 18 horas. Caso haja alguma mudança de horário que ele e eu estamos evitando, vocês já sabem: eu aviso pelo meu instagram @regileme.
Muito obrigado e até lá!