Por Reginaldo Leme
Olá, amigos da Florida Review
Como o tempo passa! Já estamos no nosso décimo-quinto gepê do ano. Agora a fórmula 1 chega à Holanda, a terra de Max Verstappen, que, pela primeira vez, corre em Zandvoort como campeão do mundo. Vamos falar do domínio absoluto da Red Bull, a equipe que mais acertou na interpretação do regulamento de 2022 e fez um carro imbatível. E mostrar este simpático país onde as pessoas levam a vida pedalando.
A Holanda é um país lindo, seja no colorido especial das paisagens do interior, ou na beleza dos canais que cortam a cidade de Amsterdã, o que, nós turistas, queremos fazer é fotografar, sem parar.
O canal de Herengracht é o mais famoso, e isso desde o século 17, porque é onde estão localizados os edifícios que eram frequentados pelos nobres na época.
Hoje eles são frequentados pelas pessoas que lotam os bares e cafés de ambas as margens, ou as casas-barco ancoradas no canal, em sua grande maioria residências familiares.
Os holandeses são principalmente conhecidos pelo seu hábito saudável de pedalar. Há mais bicicletas do que pessoas: existem 22 milhões de bicicletas para uma população de 17 milhões e meio de pessoas. 58 por cento das pessoas com idade acima dos 12 anos pedalam diariamente.
Só em Amsterdã existem 140 bicicletarias e há 10 mil vagas em um estacionamento para bikes próximo à estação central.
Isso, sem contar os muitos pontos de aluguéis de bicicletas para turistas. Por 20 euros (mais ou menos 120 reais) você aluga uma bicicleta para andar o dia todo por parques ou pelas ruas incrivelmente planas da cidade.
A Amsterdam Bicycle Network, complexo oficial de ciclovias da capital da Holanda, tem 767 quilômetros de extensão. Um número impressionante, ainda mais se compararmos ao baixíssimo número de carros no país: perto de 9 milhões. Dá pouco mais de meio carro por habitante e este número vai cair mais ainda: o país tem um plano de chegar a 2030 com toda sua frota de veículos livres de emissões. Quem puder, compre um carro elétrico ou vai de bike mesmo.
Antes de continuar chamando este país fantástico simplesmente de Holanda, vamos atender aos muitos comentários de pessoas que fizeram a justa correção sobre o nome oficial do país que na verdade é Países Baixos. A denominação vem de nederland, palavra do idioma neerlandês, ou holandês, que significa exatamente país baixo. Holanda é o nome da região principal. Limitado ao norte e leste pelo chamado Mar do Norte, a oeste pela Alemanha e ao sul pela Bélgica.
Metade do território holandês está a menos de um metro acima do nível do mar e 26% está abaixo e a explicação para o mar não ter invadido, pelo menos, essa parte mais baixa está na técnica de drenagem que os holandeses foram desenvolvendo ao longo dos anos.
Eles aprenderam a erguer o solo para aumentar a quantidade de terra firme. Assim conquistaram porções de terra através da construção de diques, isolando trechos do litoral. A água do mar represada foi transformada em terras férteis, a principio mantidas pelo bombeamento constante executado pelos moinhos de vento, depois pelas bombas acionadas a vapor, a partir de 1920 a diesel e, atualmente, elétricas.
Desde 1932, essa região mais baixa do território holandês é defendida pelo maior dique do mundo. Uma barreira de 32 quilômetros de extensão e que vai até o fundo do mar. Tecnologia para ganhar espaço, conquistando terra do mar, montando diques monumentais para impedir que a água invadisse o país.
Nada reflete melhor a imagem da Holanda do que os famosos moinhos, que são cerca de 1.200 no país todo, as áreas imensas cobertas por tulipas e, claro, os curiosos tamancos, ainda muito usados e, acreditem: especialmente pelos jovens.
O nome oficial, portanto, é Países Baixos. Mas então, porque o mundo todo chama de Holanda? O próprio país utiliza essa nomenclatura em seu site oficial – holland.com – porque é o termo mais usado pelas pessoas para pesquisas, por exemplo, no Google.
Mas o que explica o nome Holanda é que as duas províncias mais populosas dos Países Baixos são a Holanda do Sul, cuja capital é Haia, sede oficial do governo do país e Holanda do Norte, onde fica Amsterdã, que é a cidade mais famosa, apesar da capital da província ser Haarlem.
Em 73 anos de historia da fórmula 1, a Holanda teve quinze pilotos disputando grandes prêmios. mas nenhum tinha vencido corridas antes de Max Verstappen, inclusive o pai dele, Jos Verstappen, que foi companheiro de Michael Schumacher na Benetton. Nessa época Max costumava frequentar os boxes durante treinos e era admirador de Schumacher.
Hoje o país tradicionalmente lembrado pela arte extraordinária de um犀利士
span> Vincent van Gogh, é conhecido também como a terra de Max Verstappen.
O calendário ter juntado essa dobradinha de gepês Bélgica-Holanda é um verdadeiro sonho logístico para as equipes da fórmula um. Uma única fronteira a ser atravessada pelos imensos caminhões das equipes e do circuito de Spa-Francorchamps ao autódromo de Zandvoort são apenas 300 quilômetros. Um passeio para quem chega a viajar mais de mil quilômetros quando têm que voltar para a Inglaterra.
Zandvoort é uma pequena cidade que fica na província da Holanda do Norte a 26 quilômetros de Amsterdam e existe desde o ano 1100 como uma antiga vila pesqueira, que, mais tarde, se tornou balneário turístico muito visitado, apesar de suas praias receberem um vento tão forte que os pontos mais frequentados são protegidos por uma parede de vidro. A população fixa não passa de 17 mil habitantes.
A Holanda retornou ao calendário do mundial no ano passado, depois de uma ausência de 36 anos. Verstappen não tinha nascido na última vez em que a formula 1 havia corrido lá, em 1985, com vitória de Niki Lauda.
Embora a primeira corrida na história de Zandvoort tenha sido realizada em junho de 1939 em um circuito de rua, foi durante o período pós primeira guerra mundial, em 1948, que a Holanda surfou na onda de entusiasmo pelo esporte a motor que tomou conta da Europa, e que levou à criação de vários autódromos, entre eles, o de Silverstone, onde, dois anos depois, seria inaugurado o mundial de fórmula 1. Assim nasceu o de Zandvoort, inicialmente usando alguns trechos de rua.
Mas o primeiro gepê válido pelo campeonato mundial só foi disputado em 1952. Vitória de Alberto Ascari liderando uma trinca da Ferrari.
O grande Michael Schumacher nunca participou do GP da Holanda e Lewis Hamilton, dono do recorde de vitórias em vários circuitos, só correu no ano passado.
Ayrton Senna chegou a correr em Zandvoort, mas só foi ao pódio com um terceiro lugar no último ano do gepê, em 1985. Um pódio com Niki Lauda, Alain Prost e Senna. A única vitória brasileira foi de Nelson Piquet, de Brabham, em 1980, que tem também duas poles no circuito, em 1983 e 1985.
O maior vencedor do gepê da Holanda é o bicampeão mundial Jim Clark, com quatro vitórias nos anos de 1963, 64, 65 e 67. Jackie Stewart (1968, 1969, 1973) e Niki Lauda (1974, 1977, 1985) são os que têm três vitórias cada um. Portanto, Lauda é o último vencedor de Zandvoort.
Outros nomes famosos com mais de uma vitória na Holanda são Alberto Ascari (1952, 1953),/ Jack Brabham (1960, 1966),/ James Hunt (1975, 1976) e Alain Prost (1981, 1984). Venceram duas vezes cada.
A extraordinária festa na vitória de Max Verstappen no ano passado, sob aquela nuvem de fumaça laranja, marcou a reinauguração do autódromo de Zandvoort. O grande prêmio que já tinha sido anunciado no calendário de 2020, em consequência da pandemia, só aconteceu no ano seguinte.
A pista, agora com 14 curvas e 4.259 metros, mais curta do que Interlagos, passou por uma grande renovação pelas mãos do arquiteto italiano Jarno Zaffelli. Da pista antiga, sobrou a famosa curva Tarzan, sempre a mais perigosa do circuito e palco de muitos acidentes no passado, mas as maiores atrações do novo circuito são as curvas inclinadas e desafiadoras porque permitem diferentes traçados.A primeira é a curva 3, conhecida por Hugenholtz, e a curva 14, nomeada de Arye Luyendik, piloto holandês que fez sucesso na Indy.
Além de ser o atual campeão mundial, Max Verstappen chega a Zandvoort com 9 vitórias no ano e 93 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, que agora é o companheiro Sergio Perez, o que o deixa a meio caminho do bicampeonato. Imaginem a alegria do torcedor holandês, que até seis anos atrás não tinha uma única vitória na fórmula 1 e hoje tem o campeão mundial a caminho do bicampeonato, e com 29 vitórias, o oitavo maior vitorioso da história, duas atrás de Nigel Mansell e três de Fernando Alonso.
Faltando oito etapas para o final do mundial, ele deve terminar o ano como o sexto maior vencedor, atrás apenas de Ayrton Senna, que tem 41; Alain Prost, com 51; Sebastian Vettel, 53; Michael Schumacher, 91, e Lewis Hamilton, 103 vitorias.
A superioridade do carro da Red Bull domingo passado em Spa-Francorchamps foi de desaminar todos os rivais. A Ferrari, que vinha sendo a mais forte, mas agora viu Leclerc perder até a vice-liderança e a Mercedes AMG Petronas, que, pelas palavras de Hamilton, voltou das férias pior do que estava.
Campeonato de pilotos
Disparado na liderança, Verstappen chega a 284 pontos, 93 à frente do companheiro de equipe Sergio Perez, que tem 191.
Charles Leclerc caiu para terceiro, agora 5 pontos atrás de Perez
Campeonato construtores
Com a dobradinha de Spa, que foi a quarta da equipe no ano, a Red Bull foi a 475 pontos. A Ferrari se mantém em segundo com 357, distanciando-se um pouco mais da Mercedes, que tem 316. A disputa apertada entre Alpine e McLaren agora ficou mais tranquila para a equipe francesa, que abriu 20 pontos de vantagem – 115 a 95.
Voltamos a falar de fórmula 1 na segunda-feira no Batendo Roda com Rubinho Barrichello a partir das seis da tarde. E o Rubinho ainda terá muito o que falar da corrida dele na Stockcar no Velocittà.
É isso, meus amigos. Podem se preparar para ver uma grande festa da torcida holandesa, no momento a mais alegre e ruidosa do mundo e com toda razão.
Então, até a semana que vem.
Abração, pessoal!