Por Reginaldo Leme
Olá, amigos do Florida Review, na terra da bolonhesa, quem colocou as barbas de molho foi a Ferrari. A Red Bull chegou com toda a força em Ímola e quase empatou tudo. Ficou agora apenas 11 pontos atrás da Ferari. Entre os pilotos a diferença também caiu bem, e em vitórias Verstappen e Leclerc estão empatados mesmo – dois a dois.
Agora vamos para territorio neutro. É o primeiro gepê de Miami e, mesmo antes de começar, as pessoas já fazem muita festa pra receber a fórmula 1.
A festança toda dá pra entender fácil. Nos últimos quatro anos em que passei por Miami, já se comemorava com alarde a conquista de uma data no calendário. Show de carros nas ruas, desfile de cheerleaders (sem isso não seria festa americana), bandeiras em todos os prédios. mas vinha ano após ano e sempre havia uma razão para o evento ser cancelado. Agora virou verdade.
Quanto ao territorio neutro que eu citei, soa até estranho. Os Estados Unidos são o país onde mais se vende Ferrari no mundo, mas também onde mais se vende latinhas de Red Bull.
Eu vim ver de perto este gepê tão esperado.
Vamos falar da pista. A montagem é espetacular, aproveita o complexo do Hard Rock Stadium, em Miami Gardens, a casa do Miami Dolphins, time da NFL. O circuito tem 5.410 metros, com 19 curvas e, assim como Interlagos, a corrida é no sentido anti-horário.
A pista traz algumas inovações e a primeira está na superfície: uma mistura de pedra calcária extraída na Flórida, com níveis mais altos de sílica e granito vindo do estado da Geórgia.
Foram usadas 24 mil toneladas de asfalto para pavimentar o circuito. A alta aderência buscada com isso só vai ser testada com os carros entrando na pista.
Por via das dúvidas, a escolha da Pirelli foi na chamada bola de segurança. Trouxe a sua gama média de pneus com os compostos c2, c3 e c4.
O circuito mede 5.410 metros, com média estimada em 217 km/h. Nas simulações o tempo de volta deve ficar em torno de 1min35s.
A pista é a décima-primeira nos Estados Unidos a receber um gepê de fórmula 1. Não se considera aqui o oval de indianápolis, que teve onze corridas válidas pela fórmula 1, mas apenas para que o campeonato envolvesse um continente a mais e pudesse ser chamado de mundial. Os pilotos da fórmula 1 não participavam.
Onze pistas receberam a fórmula 1 nos Estados Unidos.
Começando por Sebring, Riverside, Watkins Glen, Long Beach, Las Vegas, Detroit, Dallas, Phoenix, Austin, Indianápolis, mas como circuito de fórmula 1, sem o oval, e agora, Miami.
A cidade de Miami tem pouco mais de 450 mil habitantes, mas sua área metropolitana soma quase cinco milhões de pessoas. Terra de oportunidades para muitos imigrantes, por causa da proximidade com a América Central, especialmente Bahamas e Cuba, e também por sua localização litorânea.
Miami é o local de pouso do o que os americanos chamam de snow birds, que é o termo utilizado para definir os habitantes do norte dos Estados Unidos que passam o inverno no sul do país, fugindo do frio e da neve.
isso porque o clima de miami tem basicamente duas estações: uma quente e úmida que vai de maio a outubro, e outra menos quente e com menos chuva, que vai de novembro a abril. O gepê de Miami acontece bem nessa transição de climas.
A temperatura média anual é de 26 graus. Nos meses mais quentes a média está sempre acima dos 30 graus, com sensação de 40 e nos meses mais frios, quase sempre acima de 20. Um clima mais úmido, mas quente o ano todo.
Estas características fazem de Miami um gigante do turismo norte-americano. É a segunda cidade mais visitada dos Estados Unidos, com mais de cinco milhões de turistas registrados em 2019. Nova York, claro, recebe o dobro de visitantes.
A área onde Miami está localizada era originalmente ocupada pelos tequestas, uma tribo nativa norte-americana. A região chegou a ser tomada pelos espanhóis em 1566, e que lá ficaram por cerca de 300 anos até venderem a área para os Estados Unidos em 1821 – por uma bagatela de cinco milhões de dólares. Era dinheiro !!!! Mas os americanos fizeram bom negócio.
É a única grande cidade dos Estados Unidos fundada por uma mulher: Julia Tuttle, uma rica produtora de cítricos, nativa de Cleveland.
A produção de cítricos acelerou a construção de estradas de ferro e do porto, o que foi determinante para o crescimento da região.
Recebeu oficialmente o status de cidade em 28 de julho de 1896; era então uma vila e sua população na época, era de 300 habitantes. Você não leu errado: eram 300 mesmo, três centenas.
A prosperidade decolou na década de 1920 com o aumento da população e da infra-estrutura. Mesmo tendo sofrido com a grande depressão da crise de 1929 e com seguidos e devastadores furacões, sua localização na costa sul da Flórida desempenhou papel importante na batalha contra submarinos alemães na segunda guerra mundial.
Parte do aumento populacional da cidade, que em 1940 era de 170 mil pessoas, se deve à quantidade de cubanos que se refugiaram nos Estados Unidos depois da ascensão de Fidel Castro ao poder na ilha.
Na segunda metade do século 20, Miami tornou-se importante centro financeiro e cultural dos Estados Unidos. Em apenas 110 anos, a população de toda a área chegou a quase cinco milhões de pessoas. Miami tem o maior porto de cruzeiros do mundo: todo ano são 4 milhões de pessoas desembarcando de luxuosos navios.
Ah, e o nome Miami faz referência direta a uma das tribos que habitavam a região entre os séculos 16 e 17, os índios mayaimi, que também ocuparam os territórios que hoje correspondem a Indiana e Michigan.
Campeonato de Pilotos
Charles Leclerc havia chegado a Ímola com uma tranquila folga de 34 pontos sobre o então vice-líder George Russell e de 46 para o maior rival, Verstappen, que era apenas o sexto na tabela com apenas 25 pontos. Mas o gepê da Emilia Romanha deu uma bela chacoalhada na tabela do mundial de pilotos, ainda mais com a corrida sprint do sábado, distribuindo pontos aos oito primeiros colocados. A classificação geral mudou bastante. Mudou, e trouxe uma enorme dor de cabeça para Leclerc e a Ferrari. O monegasco marcou somente 14 pontos no fim de semana – o segundo lugar na sprint e o sexto lugar na corrida, depois de jogar fora um pódio por um erro banal.
Para aumentar o pesadelo da Ferrari, Max Verstappen marcou todos os 34 pontos que estavam em jogo no fim de semana. Venceu a corrida sprint, a prova principal e marcou a melhor volta da corrida.
Leclerc continua lider, mas a diferença, agora para Verstappen, caiu de 46 para 27 pontos – o que não é muita coisa, se Verstappen continuar com essa fome de vitoria, e a Red Bull tiver resolvidos todos os seus problemas de confiabilidade. Max já pulou à vice-liderança e o placar está em 86 pontos contra 59.
A evolução da Red Bull ficou clara também com Sérgio Perez. Com o segundo lugar do mexicano em Ímola, a equipe voltou a fazer uma dobradinha, o que não acontecia desde 2016, e Perez pulou para terceiro na tabela, cinco pontos atrás de Verstappen.
Isso fez George Russell cair do segundo lugar, que não era normal para a atual fase da Mercedes, para o quarto lugar e quem caiu mais ainda foi Carlos
Sainz, de terceiro para quinto lugar, depois de dois abandonos em duas corridas.
A Mclaren também evoluiu, o pódio alcançado por Lando Norris valeu o sexto lugar na tabela com 35 pontos, só três atrás de sainz.
Lewis Hamilton, com o carro que a própria equipe chamou de inguiável, terminou a corrida em 13º e ainda levou uma volta de Max Verstappen. No campeonato, Hamilton está em sétimo, com apenas 28 pontos.
Valtteri Bottas com 24, Esteban Ocon com 20 e Kevin Magnussen com 15 pontos fecham os dez primeiros da classificação geral.
Campeonato de Construtores
A Ferrari, que ainda pode ter o melhor carro da temporada, já se preocupa com a ascensão da Red Bull. A folgada vantagem de 49 pontos em relação à maior rival no mundial de construtores, agora caiu para onze. A evolução foi tal que a dobradinha de Verstappen e Perez no gepê da Emília Romanha foi a primeiro da equipe austríacada desde 2016 – no gepê da malásia daquele ano, que teve vitória de必利勁
Daniel Ricciardo com Max Verstappen em segundo.
A varredura austríaca na terra da Ferrari foi tamanha que a Red Bull conquistou praticamente todos os pontos possíveis do fim de semana. Quase, porque Sergio Perez foi terceiro e não o segundo na corrida sprint de sábado.
A Mercedes-AMG-Petronas desce para a terceira posição com 77 pontos, enquanto a Mclaren se estabelece em quarto com 46.
A Alfa Romeo, veja só, é a quinta colocada com 25 pontos, mas apenas três à frente da Alpine. A briga do meio do pelotão tem tudo para ser das mais animadas este ano, porque a Alphatauri em sétimo lugar soma 16 pontos, um pontinho na frente da Haas – que só pontuou com Magnussen até agora.
A Aston Martin enfim desencantou e marcou pontos com o oitavo lugar de Vettel e o décimo de Stroll. Está em nono no campeonato com cinco pontos. Em último está a Williams, que tem aquele ponto do Alex Albon na Austrália. Uma tabela interessante, já que depois de quatro corridas todas as dez equipes já marcaram ponto.
Afinal, qual é a equipe a ser batida durante o ano?
Veja os horários de transmissão dos treinos e corrida no meu Instagram que tem o Batendo Roda com o Rubinho Barrichello, em data e horário que eu aviso pelo @regileme.
Valeu, gente! Gratidao! E até a próxima !!!