Por Antonio Tozzi
A lacração desmedida leva ao ridículo
A luta pelo racismo é algo que deve ser levada ao extremo. Nenhuma pessoa merece ser discriminada simplesmente por ter uma cor de pele ou características físicas diferentes. Isto representa uma abnominação e, conforme consta no código penal brasileiro, é passível de punição.
Infelizmente, porém, há pessoas que levam esse pleito legítimo às raias do exagero. O caso mais recente foi protagonizado pela ministra Anielle Franco, titular do Ministério da Igualdade Racial, que, em entrevista recente à EBC (Empresa Brasil de Comunicação), declarou: “Denegrir é uma palavra que o movimento negro e que as pessoas que têm letramento racial não usam de forma nenhuma. Ou, por exemplo: ‘saímos desse buraco negro’. A gente escuta muito isso”.
Descontando-se o fato da falta de necessidade na criação de um ministério para cuidar desses assuntos,ainda mais que foi criado também o Ministério dos Direitos Humanos – ambos poderiam (e deveriam) ser apenas secretarias dentro do arcabouço do Ministério da Justiça, a fala da ministra é uma pérola do vitimismo insensato.
Denegrir não significa necessariamente um termo derrogatório aos negros. O verbo representa apenas manchar algo que estava puro. A cor branca sempre esteve ligada à pureza enquanto a cor preta é sua antítese. Ora, a maioria das mulheres adora usar um vestido preto por ser sóbrio, elegante e algumas vezes provocante – e isto não pode ser classificado como racismo…
O disparate ainda maior refere-se à expressão buraco negro. Ora, um buraco negro é uma região do espaço com um campo gravitacional tão intenso que nem mesmo a luz consegue escapar de dentro dele. Ou seja, o negro representa a ausência da luz na astronomia e na física, nada tendo a ver com a cor das peles de seres humanos.
Há que se considerar que Anielle Franco, embora tenha um currículo como professora e especialista em estudos étnicos, foi escolhida para compor o ministério do presidente Lula pelo fato de ser irmã de Marielle Franco, vereadora da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, que foi brutalmente assassinada junto com seu motorista, provavelmente por suas denúncias contra milicianos que espalham terror nos morros e subúrbios cariocas, rivalizando-se com as quadrilhas de narcotraficantes.
Na final da Copa do Brasil, disputada no Estádio do Morumbi, em São Paulo, no final do mês de setembro, Marcelle Decothé, assessora especial do Ministério da Igualdade Racial, fez postagens em seu Instagram chamando a torcida do São Paulo de “branca, descendente de europeu safado”. Em outras postagens, Marcelle chamou a diretoria do Flamengo de “fascista” e ainda disse ser uma “morte horrível” entrar no estádio do Morumbi em um carro da Polícia Federal.
Diante disso, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, entrou em contato com o presidente do São Paulo, Julio Casares, e se desculpou pelas postagens realizadas por uma assessora do Ministério durante a partida entre São Paulo e Flamengo, pela final da Copa do Brasil, e teve de demitir a tal assessora.
O detalhe é que as duas viajaram de Brasília para São Paulo para ver a partida e torcer pelo Flamengo (que ficou apenas com o vice-campeonato) a bordo de um avião da FAB (Força Aérea Brasileira).
Outro fato lamentável poi protagonizado pela conselheira de Itaipu e secretária nacional de planejamento e finanças do PT, Gleide Andrade, que chamou Israel de “assassino” e criticou a reação israelense no conflito contra o Hamas em uma série de postagens na rede social X.
Para Andrade, Israel é uma “vergonha para a humanidade” e “não merece ser um estado”. “Intolerância, covardia e execução do povo palestino. O estado de Israel é uma vergonha para a humanidade, quem mata criança não merece respeito, não merece ser um estado. Não sei o que é pior, a carnificina que fazem com as crianças palestinas ou anuência abjeta dos EUA”, afirmou a conselheira nas redes sociais no dia 22.
A exemplo de Anielle Franco, teve de se retratar e pedir desculpas por sua postagem, pressionada pelos líderes petistas, preocupados com as repercussões negativas, pois em 2024 haverá eleições municipais no Brasil. Além disto, ela ficou com medo de perder sua gorda remuneração proporcionada por seu atual cargo.
Esses tipos de atitude e declarações não combinam com um governo que assumiu prometendo austeridade e jurou promover a união dos brasileiros, mesmo aqueles que votaram no candidato adversário.
Legenda: Anielle Franco deu declarações estapafúrdias sobre “expressões racistas”
Foto: EBC