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Bochechas redondas, nariz pequeno ou queixo quadrado. Essas características não são apenas estéticas, mas podem dizer muito sobre sua personalidade.
Na Grécia Antiga, filósofos ilustres se dedicaram ao estudo das aparências. Aristóteles e seus discípulos, por exemplo, chegaram até a elaborar teorias sobre como as feições de alguém refletiam seu espírito.
O certo é que esses estudos dizem o mesmo: não julgue uma pessoa apenas pela aparência ou uma característica, observe todo o conjunto.
Para sabermos um pouco mais sobre essa ciência, a consultora Visagista, especialista em Análise Facial, Ana Paula Gaiato nos concedeu uma entrevista na qual fala um pouco sobre esses estudos de longa data, mas que despertam a curiosidade e fascínio há milênios.
“Utilizem esse conhecimento com parcimônia, isto é, com moderação, não saiam julgando as pessoas, pois todos temos os nossos defeitos e nossas qualidades”, esclarece Ana Paula.
- Olhar a fisionomia de uma pessoa e ver sua personalidade pode ser uma forma de rotulá-la?
Essa pergunta é de extrema importância para que as pessoas tenham consciência de que não podemos julgar ninguém. Ao olharmos a fisionomia de alguém e também ao identificarmos seu temperamento, somos apresentados a características muito particulares desse indivíduo, porém não sabemos afirmar certamente em qual estágio de evolução esse indivíduo se encontra.
Esse conhecimento é extremamente poderoso. Por isso, temos que usá-lo com sabedoria, para que não rotulemos as pessoas, antes de conhecê-las a fundo, e compreender os porquês de seus comportamentos.
- Qual a importância dos traços hereditários na construção das escolhas de um indivíduo?
Carregamos traços de nossos antepassados por até três gerações, antes de nós. E conseguimos observar na prática. Quando se diz que alguém “puxou os olhos do avô” ou “tem o nariz da avó, do pai, ou seja, da bisavó”, por exemplo. Essas características vêm impressas nos nossos rostos e inclusive acabamos tendo comportamento parecido com algum familiar, com quem talvez até nem se tenha tido contato.
Ao longo da primeira e segunda infâncias (de zero aos 14 anos) somos como “esponjas”, isto quer dizer que absorvemos muitos hábitos e atitudes dos adultos, que nos educam (na primeira infância – até os sete anos) e dos nossos amigos (na segunda infância – dos sete aos 14 anos). A formação do nosso caráter é a soma dos traços genéticos e dessa absorção de costumes e experiência de vida.
Por isso existe grande influência dessas características hereditárias na conduta de qualquer indivíduo, que poderão ser contidas ou induzidas dependendo da educação a qual a criança foi submetida.
- Como as linhas de expressão podem alterar a personalidade, antes determinada pelos traços hereditários?
As linhas de expressão trarão informações sobre o que está acontecendo com aquele indivíduo naquele momento da sua vida. Elas podem falar sobre hábitos alimentares, excesso de estresse ou comportamento mais expansivo e alegre, dentre outras características.
Cada ruguinha, que aparece no nosso rosto, está tentando nos dizer talvez que algo não vai bem, em algum aspecto de nossa vida, ou apenas está acentuando algum traço de nossas características comportamentais.
Desta forma, afirmamos que elas não alteram nossa personalidade.
- É possível alterar meus traços de acordo com a personalidade que desejo transmitir?
Sim, mas isso é algo muito delicado. Por exemplo, quando falamos sobre o temperamento: ele é inato.
É o temperamento que você vai ter por toda a sua vida, por isso não é possível modificá-lo. Suas características estão impressas, principalmente, no formato do seu rosto.
Qualquer alteração no seu rosto, por exemplo, uma bichectomia, poderá modificar demasiadamente esse formato, trazendo para o seu inconsciente uma desorientação, afinal ele “sabe” que aquele temperamento que sua face está transmitindo não é o seu e isso pode causar, inclusive, complicações psicológicas.
Por essa razão, é preciso saber exatamente o que qualquer alteração na sua fisionomia (e isso se estende às sobrancelhas, olhos, nariz, boca, queixo e até cabelos) causará mudanças em seu comportamento e consequentemente à sua personalidade.
- Além da fisionomia, quais outros aspectos da minha imagem posso alterar para transmitir Poder?
A principal e mais importante ferramenta para que se transmita poder é o autoconhecimento. Ter clareza de suas potências e pontos de melhoria irão te empoderar e transformar qualquer dúvida e insegurança em clareza de metas e fortalecimento de características inatas.
Ser empoderada muda até sua postura, o que reverbera no seu comportamento, se tornando mais assertivo e firme.
Tem uma dica muito interessante, que executo até comigo, quando estou muito tensa e preciso me acalmar e reduzir meu estresse, que é fazer a chamada “postura da Mulher Maravilha”. Essa postura consiste em ficar, durante somente três minutos, em pé, com os pés afastados, as mãos na cintura, o peito bem aberto e o queixo erguido. Essa chamada “postura de alto poder” é cientificamente comprovada, pois ela reduz os teores de cortisol (hormônio do estresse) na corrente sanguínea e isso é notado pelas pessoas a sua volta em nível inconsciente.
- No caso do empregador, quais os primeiros traços devem ser observados em uma pessoa na qual entrevistei?
Isso dependerá da função para a qual ele deseja contratar aquele indivíduo. Por exemplo, bons vendedores tendem a ter o rosto mais anguloso e avermelhado, seus olhos são maiores, sua boca também tende a ser grande e eles podem até ter aquela marca de expressão conhecida como bigode chinês e a presença de queixo duplo, ou papada, é bastante favorável.
Já um bom secretário terá o rosto mais arredondado ou ovalado, com traços mais delicados, isto é, olhos pequenos e boca com lábios mais finos, testa grande e ao se sentar, por exemplo, o fazem cuidadosamente, permanecendo ereto e sentado na ponta da cadeira.
A análise para recrutamento e seleção acontece não somente no rosto da pessoa, mas também avaliando seus gestos, maneira de falar, de caminhar e de se sentar, tudo isso trará informações sobre as qualidades daquele candidato.
- No caso de uma relação amorosa, quais os primeiros traços devem ser observados em uma pessoa na qual estou interessada (o)?
Existem algumas características no rosto que podem indicar que aquela pessoa tem tendência a gostar de uma vida mais lasciva, porém, mais uma vez, não vamos julgar seu comportamento! Nem sempre apresentar esse ou aquele traço facial indica infidelidade, o que essas feições trazem de informação tem a ver com certa predisposição, como gostar de uma vida mais libidinosa.
O que temos que saber é quais características procuramos em um(a) parceiro(a), se queremos alguém mais extrovertido(a), mais romântico(a), aventureiro(a), calmo(a), firme e mais várias outras qualidades, formando um conjunto que indicarão qual é o seu padrão de parceiro(a) ideal.
*Ana Paula Gaiato é co-criadora dos cursos Crie Uma Imagem De Poder e Descubra Quem Ele É, da Escola da Mulher Magnética, de Vanessa de Oliveira