Por Gabriela Streb
Meus avós moraram praticamente a via toda no mesmo endereço no bairro histórico da cidade de Novo Hamburgo/RS. Na casa tinha uma chaminé que eu nunca vi funcionar. Deveria estar ligada a um fogão a lenha. Mas o fogão nunca, que eu lembre, existiu. Ao longo dos anos a chaminé hospedou tão somente um enxame de abelhas.
Lembro que a Vó Lúcia andava incomodada com as tais abelhas e justamente no final de semana que iria acontecer a Hamburberg Fest, Uma festa comemorativa ao bairro e a colonização alemã. Assim, mandou chamar um limpador de chaminés.
Certo é que, além das abelhas, o festejo também sempre lhe incomodou. Compartilhava um duelo de sentimentos. Ao mesmo tempo que reclamava que o bairro não oferecia nada além de velharias e por isso deveria se modernizar em outras oportunidades praguejava a festança que trazia muito movimento de pessoas desconhecidas transitando em frente à sua casa.
Claro que o episódio limpeza não terminou da melhor forma pois os Bombeiros tiveram que intervir para retirarem a colmeia com a abelha rainha e a transferirem para outro local.
Naquela sexta-feira foi um verdadeiro aparato de guerra a tal retirada da colmeia, contudo antes dos bombeiros chegarem as abelhas ficaram furiosas e resolveram picar a todos que se aproximavam, junto, também, os montadores da festa que organizavam tendas, luzes e tudo mais.
Ou seja, minha vó, até hoje não tenho certeza se fez tudo isso de caso pensado, sabotou os festejos de domingo. Certo é que conseguiu terminar com os preparativos por longas horas afinal as abelhas resolveram atacar a todos. Vai saber quem foi a abelha rainha vitoriosa, minha Vó ou a própria dona da colmeia.威而鋼