Por Nanda C.
Depois de séculos como ícone da identidade americana, a águia-careca foi finalmente oficializada como a ave nacional dos Estados Unidos. O presidente Joe Biden assinou a legislação na véspera de Natal, encerrando uma longa espera para o reconhecimento formal da espécie.
Embora já fosse amplamente conhecida como símbolo nacional, presente em moedas, notas e no Grande Selo do país, a águia-careca nunca havia recebido o título oficial de ave nacional. Esse reconhecimento, segundo defensores da causa, é mais do que merecido, dado o papel significativo que a espécie desempenha na história e na cultura dos Estados Unidos.
Nativa do território americano, a Haliaeetus leucocephalus passou por um período crítico de quase extinção no século XX. A perda de habitat e o uso do pesticida DDT, que contaminava os peixes consumidos pelas águias, resultaram em ovos frágeis e na drástica redução da população. Em 1963, restavam apenas 417 pares reprodutivos em todo o país. A proibição do DDT, em 1972, e os esforços de conservação mudaram o rumo da espécie, que foi retirada da lista de ameaçadas em 2007, quando já havia quase 10 mil pares reprodutivos. Atualmente, estima-se que as populações cheguem a centenas de milhares.
A iniciativa para formalizar a águia-careca como ave nacional foi liderada por parlamentares de Minnesota, um dos estados com maior concentração da espécie. Hoje, as águias podem ser vistas em diversas partes do país, desde áreas selvagens até regiões urbanas. Projetos como câmeras instaladas em ninhos em locais como o Arboreto Nacional, em Washington, D.C., e o Vale Big Bear, na Califórnia, permitem que o público acompanhe de perto o comportamento dessas aves majestosas.
O título oficial não apenas celebra a resiliência da espécie, mas também reforça seu papel como símbolo de força e liberdade, representando a essência dos valores americanos.