Por Claudia Zogheib
A gestação como todos sabemos é marcada por diversas alterações hormonais na mulher. Uma explosão de novidades invade o seu ser, e em pouco espaço de tempo mudanças ocorrem: na mãe que gesta, no pai que experencia as transformações, e no bebê que em 9 meses se desenvolve犀利士5mg
e participa psiquicamente de todas as mudanças, para então, nascer e ser apresentado ao mundo.
Diante de tantas mudanças físicas e emocionais, é necessário que todas as etapas sejam vivenciadas de forma a ambos experenciarem as diversas emoções fixadas pela experiência, que de tão rica, temos a sensação de que tudo acontece rápido demais, e num piscar de olhos, nasce o bebê.
A gestante ao longo de 9 meses experiencia uma avalanche de alterações físicas e emocionais, e estas mudanças vão determinar muitas coisas: a própria relação dela com seu bebê, e a iniciação do bebê no mundo.
O baby blues é um quadro de disforia com alterações de humor, onde momentos de alegria e tristeza se alternam. Ele é marcado por certa melancolia e pela sensação de incapacidade ou medo que a mãe experimenta, por ter a sensação de não saber ou não conseguir cuidar do seu bebê. Baby blues acomete a maioria das mulheres, homens e até o bebê, e apesar de estar ligado às adaptações do pós-parto, regride sozinho com o tempo à medida que os dias vão passando, e com a interação de todos nesta nova configuração familiar, a insegurança inicial vai dando lugar a autonomia.
Já a depressão é considerada um quadro grave de tristeza, que pode trazer pensamentos suicidas ou homicidas, além de poder ocasionar doenças psicossomáticas. Neste caso, a tristeza é um dos sinais mais marcantes e pode colocar em risco a própria vida da mãe e do bebê, e neste caso, requer um tipo de tratamento e intervenção, e a presença de familiares é fundamental, auxiliando nos cuidados com o bebê, e não deixando a mãe sozinha em nenhum momento. As depressões podem acontecer ao longo da vida de qualquer pessoa, o que muda é o contexto e a intensidade.
As duas situações podem acontecer com qualquer mulher, principalmente diante de um momento de tantas mudanças e transformações. Homens e mulheres que já tiveram algum quadro semelhante, têm mais chance de desenvolver a depressão pós-parto. Por isso é importante estarmos sempre atentos.
Um bom conselho, seria que os próprios pais se ocupassem integralmente dos cuidados de seu bebê, para que ambos experienciassem todas as mudanças contidas nesta rica experiência, e pudessem aprender com a própria rotina, mas claro, com ajudantes por perto, inclusive para estarem atentos aos sinais de depressão que mais preocupa, pois enquanto o baby blues aos poucos vai perdendo espaço para a autonomia destes novos pais, a depressão é algo mais grave que requer monitoramento e tratamento contínuo.
Caso após o nascimento do bebê seja necessário procurar ajuda de um profissional, um bom critério é a família (que deve estar próxima sem ser muito invasiva) observar o grau de sofrimento, e o sentimento de não estar conseguindo dar conta.
No baby blues há sofrimento, mas existem muitos momentos de alegria, e a cada semana o quadro vai melhorando. Na depressão não há melhora, e quando se percebe que não há diminuição no sofrimento, é hora de procurar ajuda.
Apenas um profissional poderá reconhecer e diferenciar os sintomas. É necessário ter sensibilidade para observar se a pessoa está comendo, como está sua aparência, e se o marido ou um parente próximo perceber que a tristeza é recorrente e contínua, algo deve ser feito imediatamente. Neste contexto, ela deve ser encaminhada para um profissional, que, ao ouvi-la, poderá fazer um diagnóstico preciso, e iniciar o tratamento. Em muitos casos, o profissional vai até a residência, e faz a intervenção no próprio local. Trata-se de um momento rico de acontecimentos físicos e emocionais também para o bebê, e mesmo que ele não fale, ele sente.
Tristeza materna, blues puerperal, baby blues, depressão, são algumas das situações que as mães podem enfrentar, e que todos da família devem estar atentos, pois se trata de um momento de muita transformação e ambivalência. Em todos os casos e situações, não devemos esquecer que todos estão enfrentando “momentos únicos e complexos” e que quando nasce um bebê, nasce um pai, uma mãe, um avô, uma avó, portanto, todos precisam de tempo para assimilar as novidades.
Em tempo, este texto foi escrito ao som da música “Pra Sonhar” de Marcelo Jeneci e Laura Lavieri.
5 Comentários
Texto muito bom, parabéns Florida Review!
Nós do Florida Review é que agradecemos lembrando que o mérito é da Dra. Cláudia Zogheib.
Já conheço os trabalhos da Dra Claudia Zogheib e gosto muito.
A maternidade é sempre trazida como um momento de muita beleza, mas há aquelas mães que enfrentam questões emocionalmente desafiadoras.
O texto é também relevante, pois traz dicas sobre o que prestar atenção e em que momento a ajuda deve ser procurada.
Parabéns pelo compartilhamento deste conteúdo.
Muito Obrigado!
Obrigado!