Por Nanda Cattani
O embate comercial entre os Estados Unidos e seus parceiros econômicos ganhou novos contornos nesta terça-feira, quando Canadá, China e México anunciaram medidas retaliatórias em resposta à imposição de novas tarifas pelo governo norte-americano. A decisão do presidente Donald Trump de aplicar tarifas de importação de 25% sobre produtos canadenses e mexicanos, além de um aumento adicional de 10% para a China, provocou reações imediatas no cenário global.
O governo canadense foi rápido em anunciar sua resposta, impondo tarifas sobre uma ampla gama de produtos dos Estados Unidos, incluindo aço, alumínio, lácteos e produtos manufaturados. O primeiro-ministro Justin Trudeau criticou a medida de Trump, classificando-a como “injusta e prejudicial para os trabalhadores de ambos os lados da fronteira”. Trudeau enfatizou que o Canadá continuará defendendo seus interesses comerciais e buscará soluções diplomáticas para a disputa.
O México também reagiu com firmeza, anunciando tarifas sobre produtos agrícolas e industriais dos EUA. Entre os itens afetados estão carne suína, queijos e uvas, setores que dependem significativamente do mercado mexicano. O presidente Andrés Manuel López Obrador destacou que a medida de Trump “mina a cooperação econômica regional” e reforçou o compromisso do México em defender sua economia diante de tais desafios.
No caso da China, a retaliação foi ainda mais contundente. O governo chinês aplicou tarifas adicionais sobre produtos americanos avaliados em bilhões de dólares, atingindo setores como tecnologia, agronegócio e manufaturas. Pequim reforçou que “não aceitará coerção econômica” e que buscará alternativas comerciais com outros parceiros internacionais.
As novas tarifas ampliam as tensões comerciais globais e podem desencadear uma nova onda de incerteza econômica. Empresas americanas, especialmente aquelas dependentes de exportações para o Canadá, México e China, já demonstram preocupação com os possíveis impactos financeiros. Economistas alertam que a escalada tarifária pode gerar aumentos de preços para consumidores e reduzir a competitividade de produtos americanos no mercado global.
Enquanto Trump defende que sua estratégia tarifária tem como objetivo proteger a indústria nacional e reduzir o déficit comercial, a pressão sobre sua administração cresce. Analistas apontam que a continuidade dessa guerra comercial pode resultar em negociações mais intensas nos próximos meses, com possíveis ajustes nas políticas comerciais. O desdobramento dessas tarifas promete redefinir relações comerciais e impactar cadeias produtivas em escala global, mantendo a comunidade econômica internacional em alerta para os próximos capitólos dessa disputa comercial.