Por Nanda C.
As chuvas intensas que atingiram a Espanha a partir do dia 29 de outubro de 2024 desencadearam uma das piores catástrofes naturais da história recente do país. Com o número de mortos confirmados em 219 e ao menos 93 pessoas desaparecidas, a tragédia afetou gravemente a Comunidade Valenciana, onde 211 vítimas foram registradas. Outras mortes ocorreram nas regiões de Castela La Mancha e Andaluzia. Em resposta à crise, o governo espanhol declarou Valência como “zona de catástrofe” e aprovou um pacote emergencial de 10,6 bilhões de euros para auxiliar famílias, empresas e autoridades locais.
O temporal causou estragos em infraestruturas críticas, transformando ruas em rios caudalosos, arrastando veículos e destruindo construções. Em algumas áreas, o volume de precipitação registrado em poucas horas foi equivalente ao esperado para um ano inteiro, provocando inundações devastadoras. O primeiro-ministro Pedro Sánchez classificou a situação como uma emergência nacional, prometendo uma resposta ágil, semelhante à mobilização realizada durante a pandemia de COVID-19.
Especialistas apontam que o aumento da temperatura do Mar Mediterrâneo, agravado pelas mudanças climáticas, intensifica a formação de tempestades mais severas, como as que causaram esta tragédia. A Agência Estatal de Meteorologia da Espanha (Aemet) já havia alertado para a possibilidade de chuvas extremas, mas o impacto foi superior ao previsto, demonstrando a necessidade de políticas mais efetivas.
Medidas necessárias para o futuro
A tragédia evidenciou a urgência de políticas de adaptação às mudanças climáticas para mitigar os efeitos de futuros desastres naturais. Entre as ações consideradas essenciais por especialistas estão:
Reforço das infraestruturas de drenagem: Investir em sistemas de escoamento de água eficientes para prevenir alagamentos em áreas urbanas vulneráveis.
Proteção de ecossistemas naturais: A preservação de zonas úmidas e florestas é crucial, pois essas áreas atuam como barreiras naturais contra inundações.
Planejamento urbano sustentável: Restringir construções em áreas de risco e adotar materiais permeáveis que ajudem na absorção da água são medidas recomendadas.
Sistemas de alerta e educação da população: A implementação de alertas rápidos, além de programas educacionais, ajuda as comunidades a se prepararem e agirem adequadamente em situações de emergência.
A catástrofe trouxe à tona a urgência de políticas climáticas e de adaptação ambiental não apenas para a Espanha, mas para toda a Europa. A cooperação entre governos, comunidades locais e organizações internacionais é essencial para fortalecer a resiliência das regiões vulneráveis e proteger vidas diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas.