Por Fernando Vasconcellos
No último final de semana, a NASCAR acelerou pelo sul da Flórida em mais uma etapa do campeonato, movimentando a região de Miami com sua estrutura e adrenalina.
Quando pensamos em NASCAR, é fácil imaginar apenas os carros velozes, a adrenalina das ultrapassagens e o ronco dos motores ecoando pelos autódromos. Mas por trás do espetáculo que arrasta multidões e movimenta bilhões de dólares todos os anos, existe uma verdadeira equipe de bastidores — e muitos desses profissionais não nasceram nos Estados Unidos.
Sim, a NASCAR, esse símbolo do “american way of life”, também é palco de imigração. Engenheiros especializados em aerodinâmica, mecânicos vindos da Fórmula 1, analistas de dados que migraram do automobilismo europeu, estrategistas de box com passagens por equipes da Indy… É uma engrenagem de talentos que se forma muito além das fronteiras do país.
Esses profissionais frequentemente entram nos EUA por meio de vistos específicos, como o O-1 (para pessoas com habilidades extraordinárias), H-1B (voltado a profissões especializadas) ou, em alguns casos, o EB-2 NIW (para profissionais com carreiras sólidas e de interesse nacional). Isso mostra que a alta performance no esporte não está só nas pistas — ela também se traduz em currículos, projetos e experiências que abrem portas no sistema imigratório americano.
E o mais interessante: Miami vem se consolidando como um hub estratégico para essas conexões. Além da NASCAR, a cidade também recebe eventos como o Miami Grand Prix (F1), atraindo olhares de marcas, patrocinadores, investidores e empresas ligadas ao setor esportivo, automotivo e de entretenimento.
Nesse cenário, surgem oportunidades reais para imigrantes empreendedores, consultores, jornalistas esportivos e profissionais altamente qualificados — inclusive brasileiros.
O automobilismo, que muitas vezes parece distante da nossa cultura do futebol, pode surpreender como uma nova via de entrada nos Estados Unidos — seja para quem quer trabalhar com performance, seja para quem deseja empreender nos bastidores do esporte.
A lição que fica é simples, mas poderosa: nem todo mundo precisa estar atrás do volante para acelerar rumo ao sonho americano. Às vezes, o caminho mais rápido está nos bastidores da corrida — com estratégia, preparo e o timing certo para pisar no acelerador.
Sobre o autor:
Fernando vive nos Estados Unidos há 10 anos e atua na área migratória há quase uma década. É advogado no Brasil com Mestrado em Transnational Law pela Universidade de Dayton em Ohio, e como um grande entusiasta dos esportes, conecta o universo dos negócios ao esse mundo. Colunista semanal da Flórida Review, ele aborda temas que vão além das competições, explorando como o esporte pode abrir portas para imigrantes e empreendedores.