Por Vivi Helney
Uma paixão, escola de samba. A minha é a Salgueiro, mas adoro todas, gosto do trabalho que elas fazem dentro da comunidade, e quanta gente trabalha, é uma loucura…. e tem diretor da escola, diretor das alegorias, diretor dos diretores. diretor da bateria…e todas as Alas tradicionais, a da velha guarda (componentes mais antigos da escola) as baianas (precisa saber girar) os passistas, os puxadores de samba, a porta bandeira e o mestre sala, e não vamos esquecer daqueles que empurram os carros alegóricos. E vai… isso tudo só para desfilar contando a história do samba enredo. Cada escola tem suas cores, e em um determinado período do ano vem falado o tema. Que os 威而鋼
compositores irão desenvolver.
Aí é outra festa a disputa do samba, com direito a torcida e tudo.
Samba definido, começa todo um trabalho para desenvolver as fantasias, as coreografias, e tudo mais. Se organiza a agenda da quadra para angarias fundos, vem organizadas feijoadas, com as Baianas que te servem todas vestidas a caráter, e grupos musicais, roda de samba com músicos da escola.
No domingo que passou fui assistir ao ensaio técnico, fui à arquibancada com duas amigas. Foi lindo, na hora do Salgueiro grudei na grade, e fiquei do lado de uma garota linda, louca por escola de samba, sabia tudo… me deu uma aula, sobre a escola e o que estava acontecendo, mostrou os destaques, ela sabia tudo e gritava e cantava o samba enredo. Eu perguntei divertida, por que você não está saindo na escola? Aí ela me explicou que está cursando enfermagem, curso integral, e não tem tempo para dedicar a escola agora. Isso entre o samba da escola…. foi muito lindo… a arquibancada cheia de gente da comunidade com bandeirinhas, e bandeironas. A Bateria que fazia suas evoluções e quando parava (era um ensaio técnico) o povo continuava cantando…” “Salgueiroooo , Salgueiro
O amor que bate no peito da gente
Sábia me ensinou: Sou diferente”
É um samba que fala sobre a resistência, sobre a escravidão, e esse racismo que existe até hoje, como se em nossas veias o sangue não fosse vermelho e os ossos todos brancos… estou apaixonada, e depois de tanto tempo longe, eu sinto muito forte, e a vontade de pertencer a tudo isso grita em mim. Mas acho que vai ficar para um próximo ano, não é só frequentar a “quadra”, você precisa se afiliar a escola, e ensaiar… o negócio agora vai ser assistir pela televisão, já posso dar umas dicas, a comissão de frente está espetacular, no meio da escola tem uma ala de bailarinas (do curso de ballet) da escola, com uma coreografia linda. A Bateria esta um escândalo e a saudação e o respeito pela rainha deles Viviane Araújo, é lindo. Existe toda uma hierarquia e respeito aos mais velhos. Eu sou a gringa no samba, então eles não falam muito, só observam e dão uma debochadinha muito carinhosa.
A receita hoje é Chiacchiere di carnavale
Doce típico da cozinha italiana para o período de carnaval.
500g de farinha de trigo
70g de açúcar
50g de manteiga a temperatura ambiente
30 g de cachaça (lá eles usam grappa)
3 ovos médios
6 g de fermento em pó
2 g de essência de baunilha
1 gema
1 pitada de sal
Óleo para fritar
Açúcar de confeiteiro
Peneirar a farinha e o fermento em uma vasilha, bater com a batedeira com o gancho, acrescentando o açúcar, sal os ovos (bater os ovos antes de colocar), a cachaça e a gema. Bater bem, quando tudo estiver bem unido acrescentar a essência e a manteiga. Continuar batendo por mais ou menos 15 minutos, até a massa ficar homogênea, se ficar dura, colocar de 5 a 10g de água.
Colocar em cima de uma superfície, e sovar até dar uma forma esférica e lisa, envolver em um plástico e deixar repousar por 30 minutos na temperatura ambiente. Depois desse tempo, cortar em pedaços e abrir com o rolo cortando tiras de dois cm de largura por 10 cm. Colocar para fritar em óleo quente e depois com uma peneira esparramar o açúcar de confeiteiro por cima. Parece um pastel sem recheio.
1 comentário
Bem feito! Wow! Delicioso! Eu gosto especialmente da parte em que você adicionou a cachaça à receita…. Ótima ideia para servir em uma festa de Carnaval. Também me lembra o que chamamos de FUNNEL CAKES que comia em os Ozarks. Obrigado por compartilhar.