Por Pablo Spyer
Bom dia, Miami! O mundo financeiro está agitado, as movimentações recentes indicam uma dança dos investidores estrangeiros na Bovespa, trazendo à tona uma série de reflexões sobre o cenário econômico internacional.
Na terça-feira, 12 de dezembro, um vento de mudança soprou na Bovespa, registrando uma saída líquida de R$ 649 milhões de investimentos estrangeiros no mercado secundário. Após 21 pregões de entrada líquida, essa saída impacta o saldo acumulado do mês para R$ 3,303 bilhões. No entanto, o ano ainda mantém um saldo positivo de R$ 41,606 bilhões, evidenciando a volatilidade e a participação expressiva dos estrangeiros no mercado, representando mais da metade das negociações ao longo do ano.
Mas, o que impulsionou essa saída? O panorama internacional, especialmente nos Estados Unidos, trouxe à luz movimentos interessantes nos títulos do Tesouro americano. Pela primeira vez desde agosto, o rendimento dos títulos de dez anos caiu abaixo de 4% ao ano, refletindo as indicações recentes do Federal Reserve. Jerome Powell, presidente do Fed, sinalizou uma postura mais cautelosa em relação aos juros, discutindo potenciais cortes no próximo ano. Essa mudança reverberou nos mercados, levando a um cenário de queda nos rendimentos dos títulos de longo prazo nos EUA.
Essa redução nos juros não apenas influencia as operações de crédito nos EUA, mas também impacta os mercados globais, promovendo movimentos em commodities como o petróleo e o ouro. O petróleo tipo Brent e o ouro registraram ganhos significativos, enquanto o dólar (DXY) apresentou uma queda de 0,36%.
Essa dinâmica, aliada às indicações do Federal Reserve, fortaleceu os mercados acionários, com índices como o Dow Jones, S&P500 e Nasdaq apresentando um aumento no mercado futuro. O Dow Jones, inclusive, superou seu recorde histórico, ultrapassando a marca dos 37 mil pontos e alcançando 37.605 pontos.
No contexto internacional, o Banco da Inglaterra manteve seus juros, mas não sem debates internos. Com a inflação no Reino Unido ainda consideravelmente acima da meta, os votos divididos evidenciam a delicadeza da situação econômica global.
Voltando ao Brasil, a Bovespa retomou um rali ascendente, impulsionado pelas ações de empresas como Vale, Petrobras e bancos como Itaú e Bradesco. O cenário externo, incluindo as decisões do Banco Central Europeu, também influenciou positivamente o mercado brasileiro.
Contudo, mesmo diante desses movimentos, é essencial analisar as repercussões locais. No varejo brasileiro, dados recentes apontam para uma desaceleração, com queda nas vendas em algumas categorias, sinalizando um comportamento mais contido após variações expressivas no período de pandemia.
Olhando para o futuro, a perspectiva é de cautela e atenção aos movimentos dos mercados internacionais, já que decisões de grandes bancos centrais e indicadores econômicos influenciam diretamente a economia global.
Vai, tourinho! Os desafios e oportunidades no cenário econômico mundial estão em constante dança, e entender os movimentos dessa coreografia é crucial para todos os envolvidos nos mercados.
@PabloSpyer