Por Paulo Carcasci
É pé no acelerador e coração na boca, porque quando o assunto é automobilismo, é com a gente mesmo. Simbora!
A Fórmula 1 continua de vento em popa, fazendo uma analogia com outro esporte que pratico: o velejar. Las Vegas, apesar de ter sofrido várias críticas e passado por alguns pequenos erros na organização, provou ser capaz, entregando excelentes disputas até o final da prova. Alguns pilotos e os mais tradicionais fãs da F1 criticaram o crescente espetáculo paralelo às provas, acreditando que isso tira o foco do evento principal, que é a corrida em si. Com 50 anos de pistas por todo o mundo, vivi muito o lado do piloto e do fã hardcore desse esporte, participando de provas onde tínhamos pouquíssimos espectadores, geralmente altamente especializados (hardcore), como nas provas das categorias de base (Fórmula Ford, Fórmula 3, etc.) na Inglaterra, em pistas com infraestrutura mínima e sem entretenimento além das corridas. Dependíamos da sorte para encontrar, no máximo, um hambúrguer razoável na maioria das pistas nos campeonatos ingleses dos anos 80. Hoje, vejo as provas de F1 aqui nos EUA com incríveis facilidades, festas e eventos paralelos, e várias opções para os fãs, e posso dizer que a F1 está crescendo na direção certa e não perdeu nada com esse crescimento e melhorias na parte do ‘show’ além das corridas.
Em Las Vegas, a F1 encontrou uma pista ultra veloz que tem uma das maiores retas no calendário da F1 – velocidade máxima de 348 km/h – e provou ser um desafio tanto para os pilotos quanto para os engenheiros das equipes. A escolha entre maior velocidade nas longas retas versus uma melhor freada e contorno nas curvas não estava tão óbvia assim, fazendo com que as equipes experimentassem bastante as opções aerodinâmicas em seus carros.
Outro destaque para a prova no estado de Nevada foi o número elevado de espectadores na pista, 315 mil, comprovando não só o sucesso da prova, mas também da F1 aqui nos EUA. Após anos de tentativas sem sucesso nos EUA, a F1 trilha hoje um caminho muito bem-sucedido por aqui, com 3 Grandes Prêmios: Miami, Austin e agora a estreante Las Vegas. Contando com um número cada vez maior e mais diversificado de público e um também maior número de provas – 24 GP para a próxima temporada – a F1 confirma o acerto da gestão da Liberty Media, atual proprietária da F1.
Com as arquibancadas lotadas em seus 3 GPs nos EUA e ainda com valores médios dos ingressos mais caros de toda a temporada, a F1 mostra que o apetite dos americanos por esse segmento do automobilismo continua crescendo. Além disso, o interesse pelo automobilismo como um todo é evidente, pois outros segmentos do esporte também prosperam por aqui. Para citar alguns exemplos, as categorias para Gentleman drivers, como Ferrari Challenge, Lamborghini Trofeo e Porsche Cup, têm tido seus grids sempre aumentados.
Outro segmento que cresce dentro do automobilismo são os ‘Country Clubs’ com pistas privadas e exclusivas para seus sócios, como o Concours Club próximo a Miami, o Thermal na Califórnia, Monticello em New Jersey, entre tantos outros já em funcionamento, mas ainda novos a serem completados em breve próximo a Tampa e no Tennessee…
Para o país que tem o maior número de carros ultraesportivos do mundo, agora não faltam também pistas ultraexclusivas para que seus proprietários possam acelerar suas máquinas. Muita adrenalina para nós, fãs desse esporte que sempre nos proporcionou grandes emoções, mas em especial para nós brasileiros, que temos 8 títulos mundiais só na F-1.
É isso aí, galera! Diminuímos a marcha por hoje, mas a corrida continua na próxima edição. Fiquem ligados, porque sempre tem mais adrenalina e alta velocidade esperando por vocês. Até a próxima curva e… simbora sempre, com a paixão pelo automobilismo!