Por Letícia Sangaletti
Todos temos uma história para contar. Sobre momentos que nos marcaram, lugares que nos transformaram, pessoas que nos inspiraram, situações que nos fizeram parar e observar a vida com outros olhos. Algumas histórias são simples, outras extravagantes. Algumas se estendem em detalhes minuciosos, enquanto outras vão direto ao ponto. Mas o que realmente nos prende a uma narrativa não é apenas o que se conta – é como se conta.
Toda cidade também tem sua história. Forjada ao longo do tempo, escrita nas ruas, nos sotaques, nos costumes, nos encontros diários. Em Miami não é diferente. Cada esquina pulsa com narrativas multiculturais que se entrelaçam e se reinventam. Entre os sons vibrantes de Little Havana, a arte urbana de Wynwood e os arranha-céus imponentes de Brickell, culturas se encontram, idiomas se misturam e identidades ultrapassam fronteiras. E, entre essas influências, a presença brasileira cresce expressivamente, deixando sua marca na música, na gastronomia, na arte e nos negócios.
Do samba à bossa nova, do açaí ao café especial, do empreendedorismo ao lifestyle descontraído, o Brasil se insere nessa grande conversa global e multicultural – e traz consigo um jeito único de contar histórias. Somos um povo que transforma o ordinário em extraordinário, que carrega no tom de voz emoção, que encontra poesia na fala cotidiana. Nosso storytelling é visceral, porque tem alma, tem ritmo e tem verdade. Mas toda história, para ser bem contada, precisa de um ingrediente essencial: uma comunicação eficiente.
E é nesse contexto que nasce esta coluna. Como jornalista e estrategista de branding, mergulho no universo da comunicação e da cultura para entender como histórias não apenas informam, mas transformam. Como elas marcam marcas, moldam percepções, criam vínculos e fazem crescer negócios e pessoas. Afinal, o que diferencia uma marca que se torna inesquecível de outra que se perde no ruído do mercado? A resposta está na força da comunicação e no storytelling multicultural, que vai além das palavras e se manifesta em experiências, símbolos e emoções.
Mas contar boas histórias exige mais do que criatividade. Exige escuta.
Nosso tempo é de vozes que disputam espaço, de narrativas que correm velozes pelas redes sociais, de discursos prontos que nem sempre refletem o que realmente importa. Nesse cenário, a escuta se torna um diferencial poderoso. Quem escuta bem, comunica melhor. Quem entende as dores, desejos e aspirações do outro, constrói conexões mais genuínas.
Escutar é diferente de ouvir. Escutar é prestar atenção ao outro, compreender suas entrelinhas, captar emoções que nem sempre são ditas com palavras. É uma habilidade que, quando bem desenvolvida, transforma não apenas relações pessoais, mas também a forma como marcas e empresas se comunicam.
Dicas para uma comunicação mais eficiente:
Se queremos contar boas histórias, precisamos primeiro aprender a escutar e refinar nossa comunicação. Aqui estão algumas estratégias para tornar sua comunicação mais clara, envolvente e eficaz:
– Pratique a escuta ativa
Preste atenção no que a outra pessoa está dizendo, sem interromper.
Demonstre interesse com expressões faciais e linguagem corporal aberta.
Repita ou reformule pontos-chave para garantir que você entendeu corretamente.
– Seja claro e objetivo
Em qualquer conversa, evite rodeios e vá direto ao ponto.
Se está contando uma história ou apresentando uma ideia, tenha um começo, meio e fim bem definidos.
– Adapte sua comunicação ao público
Cada audiência tem um jeito diferente de se conectar com histórias. Ajuste seu tom, vocabulário e abordagem conforme o contexto e o interlocutor.
Nas redes sociais, por exemplo, comunique-se de forma mais dinâmica e visual. Já em apresentações corporativas, a clareza e a objetividade são essenciais.
– Use a linguagem corporal a seu favor
O que você transmite com gestos, postura e expressões faciais pode ser tão importante quanto suas palavras.
Olhar nos olhos, sorrir e usar gestos naturais ajudam a reforçar sua mensagem.
– Conte histórias que criam conexão emocional
O storytelling é uma das formas mais poderosas de engajar as pessoas. Use narrativas pessoais, cases de sucesso ou exemplos do cotidiano para tornar sua comunicação mais memorável.
– Faça perguntas e incentive o diálogo
Comunicação não é um monólogo. Se quiser criar conexão, abra espaço para que o outro participe da conversa.
O mercado e as marcas que dominam a arte do storytelling não contam histórias apenas para serem ouvidas – elas ouvem primeiro, para depois contar. Pesquisam, observam, sentem o momento certo para falar. Porque não há comunicação eficaz sem uma escuta atenta e intencional.
E assim é na nossa vida pessoal também. Como escutamos quem está ao nosso lado?
E assim começo nossa conversa. Como podemos criar narrativas autênticas em um mundo cada vez mais globalizado? Como aproveitar a multiculturalidade sem perder a identidade? Como comunicar de forma que gere conexão genuína, tanto no mercado quanto na vida?
Nos próximos textos, exploraremos juntos tendências, estratégias e insights que fazem da comunicação um dos elementos mais poderosos do nosso tempo.
Enquanto isso, pratique a escuta ativa e observe como sua comunicação muda. Leia e escute as pessoas ao seu redor – em casa, no trabalho, nas festas. O que elas estão comunicando? E o que você comunica a elas?
Seja bem-vindo(a) a essa jornada – e que nossas histórias se encontrem ao longo desse caminho