Por Maria Voss
Madame Pompadour, filha de um financista proeminente na França do século XVIII, recebeu uma educação completa, incluindo aulas de música, dança, teatro e literatura. Seu casamento, arranjado pelo pai, não foi feliz, e ela logo começou a buscar outras oportunidades. Ao conhecer o Rei, iniciou um caso amoroso e foi nomeada sua Amante. Rapidamente, tornou-se uma figura importante na corte, sendo uma confidente de confiança do Rei e exercendo grande influência sobre ele. Ela o aconselhava em assuntos de Estado, nomeava ministros e influenciava políticas importantes. Defensora da paz e da diplomacia, evitou conflitos e ajudou a negociar tratados, mas morreu aos 42 anos. Sua figura foi controversa, criticada por alguns por sua influência política e posição social.
Madame Du Barry, vinda de família pobre e com uma infância simples, abandonou os estudos para ser aprendiz de um ofício. Conheceu um rico aristocrata, que lhe emprestou o nome pelo qual passou a ser conhecida, adentrando a alta sociedade. Após a morte da amante preferida do Rei, Du Barry ocupou seu lugar. Como Amante do Rei, morou no Palácio. Na História, após a eclosão da Revolução, foi presa e condenada por traição à pátria, sendo decapitada na guilhotina aos 49 anos.
Janja, 57 anos, filha de comerciantes e socióloga, conheceu o atual “Rei” quando ele era um presidiário em Curitiba, logo após tornar-se viúvo. Visionária, Janja começou a frequentar a “cela”, namorando o condenado. Solto por decisão do STF, casaram-se, e ele foi eleito presidente. Ela rapidamente se tornou uma figura importante na “corte”, aconselhando-o em assuntos de Estado e influenciando políticas importantes. Em evento recente, Janja comentou sobre as críticas à sua participação em eventos oficiais: “Eu estava em uma reunião no G20 e todo mundo fica falando: ‘O que ela faz lá com o presidente? Nem foi eleita’. Dane-se, eu vou estar sempre”, disse. “Ninguém me deu aquele lugar. Eu conquistei!” Também fez um comentário sobre o gestor anterior: “…se tudo der certo, logo ele vai estar ó [fez o símbolo de cadeia com as mãos]”.
A história é cíclica, e estamos em um momento contemporâneo muito semelhante ao da Revolução Francesa, iniciada com a queda da Bastilha. Essa revolução foi motivada pela desigualdade social, crise econômica e fome, fazendo parte de um processo de revoluções democráticas no final do século XVIII. A França da década de 1780 era uma monarquia absolutista, com uma sociedade extremamente estratificada. A desigualdade social era acentuada, e a nobreza e o clero gozavam de inúmeros privilégios. A crise econômica foi agravada pelos gastos excessivos do governo monárquico, que gastava 20% a mais do que arrecadava.
A Queda da Bastilha, em 14 de julho de 1789, foi um marco, com a população de Paris rebelando-se contra a aristocracia francesa e derrubando o Antigo Regime. A Bastilha, uma antiga fortaleza transformada em prisão política, estava praticamente vazia no momento do ataque.
Estudar a História e entender o comportamento humano serve como inspiração. Podemos acreditar que nenhum regime absolutista se mantém no poder por muito tempo, e que nenhuma mentira se sustenta, principalmente agora, com tanta informação disponível. As trajetórias e fins das Damas, influenciando movimentos e desfechos, nos direcionam para que tipo de desfecho podemos esperar. Segue o jogo…Tal qual na Revolução Francesa, poderia o povo inconformado derrubar “bastilhas”… E, se tudo der certo, ###!