Boa Dia, Miami!
A dinâmica econômica global continua a nos surpreender, trazendo à tona uma série de desenvolvimentos que são cruciais para investidores, empresários e consumidores. Hoje, trazemos um novo olhar sobre o “touro” dos mercados financeiros, simbolizando a força e a resiliência da economia em meio a desafios contínuos.
IGP-M Acelera: Sinal de Recuperação?
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), crucial para a correção de contratos de longo prazo como aluguéis, registrou uma aceleração em novembro, alcançando 0,59%, um aumento em relação aos 0,50% de outubro. Este incremento reflete uma maior pressão tanto nos preços no atacado quanto no varejo. Apesar disso, o índice ainda apresenta deflação em uma análise de 12 meses, situando-se em -3,46%, indicando uma tendência de estabilização dos preços.
Investimentos Estrangeiros: Confiança na Bovespa
Segundo o Departamento Econômico do Bradesco, a dinâmica dos preços ao produtor segue benigna, apesar de pressões pontuais. ‘Para os próximos meses, antecipamos a continuidade de um cenário benigno para a inflação. No entanto, a adversidade dos fenômenos climáticos recentes tende a gerar novas pressões pontuais, sobretudo nos preços de alimentos in natura’, disse o banco.
Estrangeiros trouxeram R$ 1,0 bi para a Bovespa na segunda-feira
O saldo de investimentos estrangeiros no mercado secundário da Bovespa, referente a ações já em circulação, ficou positivo em R$ 1,034 bilhão na segunda-feira, 27 de novembro, marcando o 11º pregão consecutivo de entradas, conforme dados da B3. O saldo acumulado em novembro pelos estrangeiros na Bovespa agora está positivo em R$ 17,547 bilhões, com R$ 17,405 bilhões adquiridos no mercado secundário e R$ 141,3 milhões em ofertas públicas. No acumulado do ano, os estrangeiros compraram R$ 34,684 bilhões, sendo R$ 23,773 bilhões no mercado secundário e R$ 10,911 bilhões em ofertas públicas.
PIB Americano e a Política Monetária do Fed
Nos Estados Unidos, o PIB do terceiro trimestre superou as expectativas, crescendo 5,2%. Esse vigor econômico, embora positivo, apresenta desafios para o Federal Reserve em equilibrar as políticas monetárias frente a uma inflação ainda alta. O que isso significa para o mercado global e para os brasileiros em Miami? A economia americana acelerou mais do que o esperado no terceiro trimestre, afastando o receio de uma recessão, mas podendo representar um desafio para o Federal Reserve, o banco central americano, encerrar o ciclo de alta dos juros, apesar dos sinais de uma inflação menos pressionada. O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos subiu 5,2% em termos anualizados em relação ao trimestre anterior, segundo a segunda estimativa do Bureau de Análises Econômicas. A expectativa do mercado era de um crescimento de 5,0%, ligeiramente acima dos 4,9% da primeira prévia. No segundo trimestre, o PIB americano havia crescido 2,1%. Esse crescimento foi atribuído ao aumento dos resultados de investimentos fixos não residenciais e dos gastos dos governos federal e local, parcialmente compensados pela redução dos gastos do consumidor. O crescimento do PIB americano continua sendo impulsionado pelo aumento dos gastos do consumidor, investimentos privados em estoques, exportações, gastos dos governos e investimentos em residências e investimentos fixos não residenciais. O núcleo do índice de preços do gasto do consumo pessoal, o PCE, acompanhado de perto pelo Fed, diminuiu de uma alta de 2,4% no trimestre da primeira estimativa para 2,3% na atual. Hoje também foi divulgado o nível de estoques no atacado dos Estados Unidos, que apresentou uma queda de 0,2% em outubro, contrariando a expectativa de alta de 0,2%. Os mercados reagiram com otimismo aos números do PIB, com os índices de ações mantendo a alta nos mercados futuros: 0,3% para o Dow Jones, 0,5% para o S&P 500 e 0,6% para o Nasdaq. O índice do dólar, o DXY, ganhou força e subiu 0,14%, enquanto o rendimento dos títulos de dez anos, que havia caído 0,04 ponto percentual, abaixo dos 4,30% ao ano pela manhã, reduziu a queda para 0,02 ponto percentual, chegando a 4,31% ao ano. No Brasil, o Índice Bovespa, que havia superado os 127 mil pontos pela primeira vez desde 2021, perdeu força e ficou praticamente estável, com uma alta de 0,05%, alcançando 126.574 pontos, enquanto o dólar futuro subia 0,52%, para R$ 4,898, e os juros futuros diminuíram as quedas para cerca de 0,07 ponto percentual.
Opep+ e o Mercado de Petróleo
No mercado internacional de petróleo, as expectativas de um corte na produção pela Opep+ elevaram os preços do barril tipo Brent. Estas decisões têm implicações profundas não apenas para os preços globais de energia, mas também para as estratégias de investimento em empresas petrolíferas. O barril de petróleo tipo Brent está em alta de 1,3%, sendo negociado a US$ 82,75. Isso reflete a expectativa de que a Organização dos Países Produtores de Petróleo e seus aliados, a Opep+, decida em sua reunião de amanhã cortar a oferta em pelo menos 1 milhão de barris por dia, apesar das divergências entre os participantes. Segundo o The Wall Street Journal, delegados da organização disseram que estão considerando novos cortes de produção, com a Arábia Saudita e a Rússia tentando convencer os demais países a acompanharem seus cortes. O jornal informa, porém, que um acordo não está assegurado e que há um cenário de manutenção dos níveis atuais de produção com forte probabilidade de confirmação. Nigéria e Angola, os dois maiores produtores da África, assim como os Emirados Árabes Unidos, resistem a reduzir a oferta, o que levou a Opep+ a adiar a reunião prevista para o fim de semana passado. Contudo, se o corte se confirmar, os preços do petróleo podem subir ainda mais, diante de sinais de uma economia americana ainda forte e do conflito no Oriente Médio, que pode se agravar e envolver países produtores. Apesar da alta do petróleo hoje, as ações da Petrobras estão em queda na B3, com o papel preferencial caindo 0,9% e o ordinário 1,1%, devido às dúvidas sobre os investimentos da empresa e à maior intervenção do governo em suas políticas.
Livro Bege do Fed: Desaceleração Gradual
O Livro Bege do Federal Reserve revelou uma desaceleração lenta, mas constante, da economia norte-americana. Com vários distritos relatando crescimento modesto, fica claro que a economia dos EUA ainda enfrenta desafios, apesar de sua resiliência. Um levantamento realizado pelo Federal Reserve com empresários em seus 12 distritos, mostrou uma desaceleração da economia americana desde o último levantamento, divulgado em 18 de outubro, além de uma redução das expectativas para os próximos seis a doze meses. Seis distritos relataram um pequeno declínio na atividade, dois falaram em condições estáveis e quatro citaram um crescimento modesto.
As vendas no varejo foram mistas, com bens de consumo discricionário, como bens duráveis e móveis, em declínio, e os consumidores mostrando-se mais sensíveis aos preços.
As viagens e o turismo continuaram saudáveis, enquanto a demanda por transportes ficou estagnada.
A demanda por crédito empresarial desacelerou, especialmente no setor imobiliário, enquanto o crédito ao consumidor se manteve saudável, mas alguns bancos notaram um ligeiro aumento na inadimplência de pessoas físicas.
A agricultura permaneceu forte devido aos melhores preços dos produtos, enquanto o setor imobiliário comercial continuou esfriando. A escassez de mão de obra diminuiu, com a maioria dos distritos relatando estabilidade ou um pequeno aumento no nível de emprego e no número de candidatos a vagas, bem como um aumento na retenção de funcionários. No entanto, alguns distritos continuaram a relatar condições apertadas na oferta de mão de obra qualificada. Os salários apresentaram um crescimento de modesto a moderado, embora alguns distritos tenham citado um declínio nos rendimentos. As pressões salariais e as dificuldades de mão de obra persistiram. Os preços aumentaram moderadamente, apesar de continuarem elevados.
Os custos de frete desaceleraram, enquanto os preços dos alimentos subiram. Os custos de construção, como os de aço e madeira, se estabilizaram ou até caíram.
A capacidade de repassar aumentos de custos variou, mas os prestadores de serviços relataram maior facilidade em aumentar seus preços do que na indústria. A maioria dos distritos espera que os aumentos moderados de preços continuem até o próximo ano.
O Livro Bege teve pouco impacto nas bolsas, com o Dow Jones mantendo um aumento de 0,40%, o S&P 500, de 0,25%, e o Nasdaq, de 0,15%. O índice do dólar, o DXY, passou a cair 0,06%, e o rendimento do título de dez anos do Tesouro americano acentuou a queda para 0,07 ponto percentual, ficando em 4,261%, próximo dos menores níveis desde setembro.
No Brasil, o Índice Bovespa subiu 0,13%, alcançando 126.704 pontos, e o dólar futuro subiu 0,22%, para R$ 4,882, enquanto os juros futuros recuaram cerca de 0,13 ponto percentual.
Conclusão
À medida que o cenário econômico global se transforma, Miami se destaca serenamente como um epicentro dessas mudanças, consolidando sua posição como a capital financeira da América Latina. O emblemático “touro” do mercado financeiro, embora navegue por desafios, exibe uma tenacidade e vigor notáveis. Para os investidores e empresários da nossa dinâmica Miami, manter-se atualizado com estas evoluções é crucial para estratégias de investimento bem-sucedidas. É importante lembrar que, embora o mercado possa oscilar, a fé no potencial ascendente e no futuro brilhante do nosso “touro” nunca deve vacilar.
Vai, tourinho!
@pablospyer