Por Nanda C.
O Miss Universo, há anos, deixou de ser apenas um concurso que avalia a beleza física das candidatas. Ao longo do tempo, a competição evoluiu para uma plataforma global que celebra mulheres empoderadas, engajadas em suas comunidades e com habilidades de comunicação excepcionais. A edição de 2024, realizada na Cidade do México no dia 16 de novembro, reforçou esse compromisso, destacando o impacto social e a diversidade como os pilares centrais do evento.
Diversidade Global no Top 5
O Top 5 deste ano foi uma representação poderosa da inclusão e diversidade, reunindo belezas de quatro continentes, cada uma com histórias, projetos e causas inspiradoras:
- Victoria Kjær Theilvig (Dinamarca, Europa): A vencedora destacou-se por seu trabalho em defesa do bem-estar animal, liderando campanhas na Dinamarca para adoção responsável e combate a maus-tratos.
- Chidimma Adetshina (Nigéria, África): Atuante na educação de meninas em áreas rurais, promoveu uma mensagem de igualdade e empoderamento feminino.
- María Fernanda Beltrán (México, América): Engajada em iniciativas de sustentabilidade, desenvolve programas de reciclagem em comunidades carentes.
- Suchata Chuangsri (Tailândia, Ásia): Uma defensora da saúde mental para jovens, trabalha para criar ambientes seguros e inclusivos para a juventude.
- Ileana Márquez Pedroza (Venezuela, América): Focada nos direitos humanos e na igualdade de gênero, traz uma mensagem forte de justiça social.
Essa diversidade reflete não apenas a abrangência do concurso, mas também sua missão de valorizar a pluralidade cultural e social do mundo. Outra participante que se destacou nesse contexto foi a representante do Egito, Logina Salah, que alcançou o Top 30. Exibindo com orgulho sua pele com vitiligo, Logina transmitiu uma mensagem inspiradora de aceitação, celebrando a beleza na diversidade e ampliando os padrões tradicionais do que significa ser bonita.
Já a representante do Brasil, Luana Cavalcante, não conseguiu alcançar o Top 30 este ano. Sua eliminação precoce gerou repercussão entre os fãs brasileiros, que tradicionalmente têm grandes expectativas quanto ao desempenho do país na competição.
Projetos Sociais no Centro do Miss Universo
Nos últimos anos, o Miss Universo tem dado ênfase crescente aos projetos sociais apresentados pelas candidatas. Não se trata apenas de avaliar suas ideias, mas de verificar como elas utilizam sua influência para promover mudanças reais em suas comunidades.
Victoria Kjær Theilvig, por exemplo, impressionou o júri ao compartilhar sua dedicação à causa animal, detalhando iniciativas que já impactaram positivamente a Dinamarca. De forma semelhante, outras finalistas trouxeram projetos que abordam questões como educação, sustentabilidade e direitos humanos, mostrando que ser uma Miss Universo significa ter um propósito e agir como agente de transformação.
Comunicação: Um Diferencial Essencial
Além dos projetos sociais, a habilidade de comunicação é um critério indispensável no concurso. As candidatas precisam demonstrar confiança, clareza e empatia ao discutir questões globais. Este ano, perguntas relacionadas a mudanças climáticas, igualdade de gênero e inclusão social exigiram respostas profundas e bem fundamentadas.
Victoria destacou-se nesse quesito, respondendo com autenticidade e inteligência, conectando-se tanto com o júri quanto com o público. Essa capacidade de transmitir suas ideias com impacto foi um fator determinante para sua vitória.
Inclusão e Representatividade
A edição de 2024 também foi marcada por avanços significativos na inclusão. Mulheres sem limite de idade, casadas e mães puderam competir, refletindo uma visão moderna e abrangente de beleza e feminilidade. Essa mudança amplia a representatividade no concurso, permitindo que mais mulheres, de diferentes histórias de vida, tenham a oportunidade de participar.
Marco para a Dinamarca e o Retorno de uma Loira
Com a vitória de Victoria Kjær Theilvig, a Dinamarca celebra seu segundo título na história do Miss Universo, o primeiro desde Aino Korva, em 1963. Além disso, Victoria é a primeira loira a vencer o concurso desde Jennifer Hawkins, da Austrália, em 2004, encerrando uma ausência de 20 anos desse perfil de vencedora.
Miss Universo Como Agente de Transformação
O Miss Universo 2024 reafirma que a competição é muito mais do que um concurso de beleza. Ao colocar projetos sociais, habilidades de comunicação e autenticidade no centro das atenções, o evento se consolida como uma plataforma que celebra mulheres capazes de inspirar mudanças reais no mundo.
A diversidade do Top 5, a inclusão de Logina Salah no Top 30 e a vitória de Victoria Kjær Theilvig simbolizam uma nova era no concurso: uma era onde beleza, inteligência e impacto social caminham lado a lado, refletindo a essência do que significa ser uma Miss Universo.