Por Gabriela Streb
Nenhuma das escolas que frequentei fez excursão para conhecer as ruínas de São Miguel das Missões.
Vim para cá passar um fim de semana e me impressionei. Não pelo tal show de som e luz da Catedral em ruínas. Achei maçante, tendencioso e pouco didático. Se eu fosse criança teria medo do tal espetáculo porque só assusta e não tem como entender aquela narrativa.
Lamentável que o texto não tenha sido escrito por um missioneiro.
Querem passar a impressão de que índios e padres jesuítas viviam em absoluta harmonia. Crianças na escola e no coral onde tocavam instrumentos musicais confeccionados na redução (cidade) de São Miguel.
As ruínas impressionam, mas a cidade não se limita àquele parque hoje considerado patrimônio mundial pela UNESCO. Tratava-se de um grande povoado cer犀利士
cado por sete fontes. Apenas uma delas está à vista. As demais, soterradas, embora todos saibam onde ficam.
Lamentável que as faculdades do nosso estado não tenham uma base permanente de pesquisa como fazem na Antártida. Existem vestígios em todos os lugares e vamos perder tudo isso com o passar do tempo. Além de São Miguel existem vários outros lugares para se conhecer.
O outro lado da história aprendi visitando o Manancial Missioneiro. Fomos recebidos pelo Sr. Valter Braga. Pesquisador, autodidata. Seu avô paterno era guarani e os maternos portugueses e espanhóis. Orgulhoso em difundir a cultura missioneira.
Ali é possível aprender sobre o Opy (pronuncia-se opã) e passar pelo ritual das ervas. A crença dos guaranis que busca duas coisas: afastar as coisas ruins e trazer as coisas boas.