Por Gabriela Streb
Fiz um curso on line nesta última semana com o título “O caos contemporâneo”, coordenado pelo filósofo Luíz Felipe Pondé. Continuo com a sensação de que pouco ou nada sei e que talvez nosso século passe desapercebido sem deixar grandes marcos. Além do Covid ou da Ucrânia pouco ou nada será lembrado.
O novo século trouxe inúmeras incertezas a começar pelo nível de decisões que precisamos tomar no dia a dia. Um simples café passou a ser desafiador: Com leite, preto, curto, longo, com gotas de caramelo, grãos cultivados em algum rochedo da Europa. Devem existir mais de 30 tipos de cápsulas de café para uma simples decisão. Até trocar de nome para o nome social – aquele que a pessoa se autoidentifica – pode ser feito se assim desejar, basta decidir.
O mundo tornou-se individualista sob o ponto de vista consumista. Compro absolutamente tudo por aplicativos com entrega na porta. Não há qualquer necessidade de ir à loja física o que torna esta compra solitária e impessoal. Caso venha a desistir sem finalizá-la, as notificações do celular impedem meu esquecimento. Também posso comprar um produto feito especialmente e exclusivamente para mim. Monto um tênis conforme minhas necessidades e desejos. Só meu.
Estamos vivendo em tribos. Em grupos com integrantes relacionados a nossos afetos e interesses. Os tais grupos de conversar de aplicativos, odiados e amados ao mesmo tempo. Não vai ser fácil continuar nesta luta. Sempre penso que agora e hoje, chegamos ao limite das inovações e nada mais poderá me surpreender. Ledo engano, amanhã já deve ter novidade.