Por Claudia Zogheib
Todos nós em algum momento da vida sem que soubéssemos nos esbarramos com um indivíduo psicopata ou sociopata. Às vezes ficamos na dúvida em identifica-los, por muitas vezes considerarmos que eles estão bem longe da nossa convivência. Na verdade, eles estão bem perto de nós, e ter a sua convivência pode se tornar um assombro.
Psicopatas são indivíduos perversos, que desrespeitam as leis e os costumes sociais e que não consideram os direitos dos outros. São isentos de remorso ou culpa, e em alguns casos, tem tendência para um comportamento violento. São arrogantes e se consideram superiores. Desprezam o mundo e os outros com facilidade, assim como odeiam quando alguém os derrota ou descobre suas mentiras. Frequentemente usam sua própria grand犀利士
iosidade e ego contra os outros: é um vaidoso à procura de reconhecimento.
São pessoas que normalmente contam meias verdades e são extremamente manipuladores. Agem permanentemente sem ausência de culpa ou vergonha, sem manifestação de sentimento em relação aos danos causado às pessoas: simplesmente agem conforme sua “moral”, e contam suas “verdades” sem considerar o mal que sua mentira causa ao outro.
A psicopatia está ligada a questões inatas, genéticas, enquanto a sociopatia a questões sociais e ambientais. Ninguém é diagnosticado como psicopata ou sociopata: os diagnósticos costumam ser de algum transtorno de personalidade.
Uma questão importante para que possamos conceituar as diferenças é relativo ao comportamento. O psicopata é teatral e possui a dissimulação como comportamento central, já os sociopatas criam conflitos aos outros por suas ações, o que os faz deixarem mais pistas quando associados a impulsividade. Geralmente têm grandes laços familiares, e possuem dificuldade de permanência em ambiente com regras: são lisos e impulsivos. Rompem relacionamentos não necessariamente porque não sentem mais amor, mas por causa do desejo de poder: não lidam bem com o crescimento do outro, precisando estar sempre no topo. São incapazes de ter empatia pelos outros e não entendem que as pessoas têm sentimentos, e que são afetados por suas ações: somente se animam quando são o centro das atenções. Têm dificuldades de aceitar que o outro possa pensar diferente: traem com facilidade exatamente por não sentirem culpa. Ambos são capazes de prejudicar os outros, mas em público o tratam bem, e agem como se nada tivessem feito: são falsos.
Existem níveis de gravidade nos transtornos sociopatas e psicopatas, além do psicopata ser um sociopata cuja expressão da doença é mais grave.
Trata-se de um transtorno de personalidade, e a ausência de remorso os faz persistirem no mesmo comportamento exatamente por não se arrependerem e nem se responsabilizarem por suas atitudes.
Exemplos de sociopatas podem ser: políticos corruptos, charlatões religiosos, enfim, pessoas que exploram os outros em golpes e mentiras para produzir benefícios para si. Normalmente têm ascendência em grupos, o que facilita se comportarem desta maneira.
Uma dúvida que as pessoas podem vir a ter é se todo psicopata é um “serial killer”. Embora os romances e filmes tragam com certa frequência exemplos de psicopatas que se tornam assassinos em série, isto não é uma regra. A prevalência do Transtorno de Personalidade Antissocial na população é de 3%, sendo que a minoria pode ser classificada como psicopata, e dentro dessa minoria, apenas uma pequena parcela se torna assassina.
Compreender estes quadros antissociais podem servir de conhecimento e recurso para pessoas que lidam com grupos, e dos que acessam os dispositivos de saúde mental.
Eles estão por aí, e cada vez mais é necessário identifica-los, saber as diferenças entre eles.
Em tempo, este texto foi escrito ao som da música “De Frente Pro Crime”, de João Bosco e Aldir Blanc.
6 Comentários
Muito bom, muito bem escrito e esclarecedor. Parabéns Claudia Zogheib e Florida Review
Agradeço em nome do Florida Review a você, Judith e à Dra. Claudia que sempre brilha com seus textos.
Obrigado, a revista é maravilhosa!
Obrigada!
Gostaria de saber porque a revista parou. Sr. Ialdo? Muito boa sua revista. Sou professora da USP e usava os textos dela em minha aula.
A Dra. tem razão. A revista estará de volta na próxima segunda-feira.
Abraços,
Ialdo Belo