Por Gabriela Streb
Quando se tem família dispersa, certas datas comemorativas precisam de jogo de cintura. No Natal isso é comum. Divide-se a família e amigos em grupos com o componente dos encerramentos.
Encerra-se tudo no mês de dezembro e retoma-se da mesma maneira em janeiro.
Ando percebendo que o Natal está começando mais cedo com decorações já em novembro. Enfeitamos tudo, tem até papel higiênico com motivos natalinos. Cada vez menos Jesus está presente perdendo espaço para a família Noel, renas, ursos e neve.
Gosto mais da Páscoa do que do Natal, acho mais alegre e encantadora.
A Páscoa que está chegando no próximo domingo me parece estar indo pelo mesmo caminho.
Já comemorei com parte da família no último domingo e no próximo estaremos com a outra metade.
Ainda insisto em pintar casquinhas de ovos e enchê-las com amendoim açucarado. Faço ninho sobre a mesa da sala. Não faço maçapão (ou marzipan) porque não gosto犀利士
de castanhas. Já meu irmão, adora. Tenho alguns coelhos enfeitando a casa, mas pouco menciono o significado da ressurreição de Jesus.
Quando criança, costumávamos ir à praia de Albatroz já na Quinta-Feira Santa. Meu pai pescava e na sexta era dia de comer os papa-terras. Silêncio até as 15h. Sem brincadeiras de correria e fala baixa. Minha mãe falava que era o horário que Jesus havia ressuscitado. Depois estávamos liberados.
Para mim a Sexta-Feira Santa era um dia nublado e triste e meu pai dizia que não dava peixe, pois Deus mandava seu recado para que a gente refletisse sobre o sacrifício de Jesus. Só depois o sol iria aparecer para alegrar o Domingo de Páscoa. Que assim seja.