Por Gabriela Streb
Tenho certa dificuldade de entender por que a palavra não nem sempre é atendida, compreendida ou levada a sério. Nas últimas semanas vários casos de feminicídios pela nossa cidade e região.
Uma moça de 19 anos, mãe de um bebê, morta pelo seu companheiro que atirou pelas suas costas. O homem chegou a socorrê-la, mas contou uma história de assalto que a polícia não acreditou.
Quantos nãos ela disse e quantas vezes quis deixá-lo? Infelizmente não conseguiu. Não o denunciou como tantas outras que não conseguem, até porque nem sempre a denúncia tem resultado.
Aquele que tem coragem de agredir sua companheira, mãe de seus filhos, não vai recuar por conta de um papel timbrado que lhe proíbe de chegar perto por tantos metros. Também não é possível que o Poder Público coloque um guarda na porta de cada mulher agredida, porque tem homem que não entende que dizer não significa dizer que não quer mais.
Em briga de marido e mulher a gente deve meter a colher. No Congresso tramita projeto de lei que obriga moradores e必利勁
síndicos de Condomínios a denunciarem violência doméstica. O estado de São Paulo já tem lei própria neste sentido e para a proteção de animais. Resolve? Claro que não, mas protege um pouco e alerta a situação.
Há muitos anos participei de um projeto na faculdade em que nós, estudantes, íamos até determinada vila em Porto Alegre para aconselhar mulheres vítimas de violência. O objetivo era ensiná-las a se esquivar das agressões e reconhecer o gatilho que desencadeava tudo isso para sair de perto do agressor. Por que elas simplesmente não se livram do cara? Sempre perguntamos isso. Pena que nem sempre é uma resposta simples.