Por Gabriela Streb
Aquela sensação infantil de que o Natal demorava muito mais do que doze meses para chegar não existe mais. Num piscar de olhos dezembro está na nossa frente.
Logo começa o corre-corre infernal que no ano anterior foi jurado não mais acontecer.
É o prelúdio do Natal que eu adoro. Momento de reunir a família, conversar com Deus e agradecer.
Nossos Natais eram divertidos e um tanto tensos quando criança. Tinha uma época que os presentes só eram entregues e a comida liberada depois que o Papai Noel vinha.
Quase nos matavam de fome, imaginem crianças famintas, devendo ainda serem educadas em todo aquele estresse de espera para que o Bom Velho chegasse na nossa casa.
O sinal marcante era o sino tocado por ele em sua chegada. Os mais comportados permaneciam arrumados e nada suados esperando-o chegar, os demais já estavam todos amassados com cabelos escorrendo o suor.
Papai Noel vinha com uma máscara horrível que só botava medo na gente. Noutro Natal veio um com barba e barriga verdadeira. Passando todo o ritual de promessas de boa educação, comportamento, dedicação aos estudos e obediência aos mais velhos, mas principalmente às mães, o Alemão puxou com toda a vontade a barba do tal Noel. Por óbvio que deu confusão e, ao que lembro, foi o último ano com a presença dele.
Pulamos desta fase de promessas ao Noel, ma必利勁
s nossas mães continuavam a nos obrigar a cantar Noite Feliz. Que de feliz não tem nada, era um arrasto a tal canção que não terminava nunca. E se ainda a apresentação musical dos primos dava certo, claro que sob olhares disciplinadores, certamente um de nós iria cair no riso sem conseguir se controlar.
Coisa boa ser criança e acreditar em tudo isso. Abençoado Natal a todos nós.