Por Nanda Cattani
Na noite do último sábado, o Shrine Auditorium em Los Angeles se iluminou para receber a 31ª edição do Screen Actors Guild Awards (SAG Awards). Foi uma cerimônia que não apenas celebrou as melhores performances do ano no cinema e na televisão, mas também reforçou o poder da atuação como ferramenta de transformação e conexão humana. Com apresentação de Kristen Bell e transmissão pela Netflix, o evento trouxe momentos de pura emoção e reconheceu talentos que transcendem a tela.
O grande prêmio de Melhor Elenco em Filme ficou com Conclave, um thriller envolvente que capturou a essência de uma narrativa poderosa e de atuações magistralmente equilibradas. No entanto, a noite teve seu brilho maior nos prêmios individuais. Timothée Chalamet entregou uma performance hipnotizante como Bob Dylan em A Complete Unknown, rendendo-lhe o prêmio de Melhor Ator Principal. Demi Moore, em um retorno triunfante, levou Melhor Atriz Principal por sua entrega visceral em The Substance.
Houve também surpresas que fizeram vibrar os corações dos cinéfilos. Kieran Culkin, conhecido por sua atuação perspicaz e sempre magnética, conquistou Melhor Ator Coadjuvante por A Real Pain, enquanto Zoe Saldaña emocionou ao receber Melhor Atriz Coadjuvante por Emilia Pérez. Cada nome anunciado foi recebido com aplausos entusiasmados, prova de que essas histórias tocaram o público e a crítica de maneira inegável.
No universo da televisão, o espetáculo foi dominado por Shōgun, uma obra-prima que conquistou quatro prêmios, incluindo o de Melhor Elenco em Série Dramática. Foi impossível não se arrepiar com as vitórias de Hiroyuki Sanada e Anna Sawai, que entregaram performances inesquecíveis e trouxeram para a tela uma intensidade raramente vista. Por outro lado, Only Murders in the Building reafirmou o carisma irresistível de seu elenco, levando o prêmio de Melhor Elenco em Série de Comédia, com destaque para Martin Short e seu talento atemporal.
Mas nenhum momento foi tão simbólico quanto a homenagem a Jane Fonda, que recebeu o Prêmio pelo Conjunto da Obra. Seu discurso foi uma aula de paixão e resiliência, um lembrete de que o cinema e a televisão são mais do que entretenimento – são espelhos da humanidade, ferramentas de revolução e espaços de empatia. Fonda, com sua presença sempre arrebatadora, reafirmou que a arte de atuar é uma das mais nobres expressões da alma.
O SAG Awards, ano após ano, não se trata apenas de premiar. É um tributo ao poder da interpretação e ao impacto que grandes atuações têm sobre nós. Se há algo que a noite de ontem nos ensinou, é que a magia do cinema e da TV continua mais viva do que nunca, levando-nos a lugares inimagináveis e nos fazendo sentir – acima de tudo – humanos.