Por Nanda Cattani
A Semana de Moda de Paris Outono/Inverno 2025-2026 chegou ao fim hoje, deixando um legado de pura inspiração e reafirmando a capital francesa como o epicentro da alta-costura e da inovação. Durante os últimos dias, a cidade se tornou um palco onde tradição e modernidade dançaram juntas, e as passarelas refletiram não apenas a estética da moda, mas também sua alma vibrante e transformadora.
Cada desfile foi mais do que uma apresentação de roupas: foi uma história contada através de tecidos, cores e silhuetas, despertando emoções profundas e transportando o público para universos que desafiam limites e redefinem o conceito de elegância.
O Renascimento da Moda
A aguardada estreia de Alessandro Michele na Valentino foi um espetáculo à parte. Seu maximalismo encontrou novo significado, resgatando o romantismo barroco com vestidos de seda que pareciam saídos de um sonho. A emoção estava estampada nos olhos da plateia, que testemunhou uma releitura grandiosa do legado da maison.
Na Dior, Maria Grazia Chiuri mais uma vez tocou a sensibilidade do público ao reinterpretar a alfaiataria feminina. Sua abordagem não era apenas estética, mas também uma declaração de força e delicadeza combinadas. Cada look carregava a mensagem de uma mulher que não se curva às regras, mas as reinventa.
Já na Balenciaga, Demna surpreendeu ao deixar de lado os exageros vanguardistas para abraçar um minimalismo quase poético. O silêncio das formas precisas falou mais alto do que qualquer provocação, provando que a verdadeira inovação pode estar na simplicidade.
Na Givenchy, Sarah Burton trouxe uma coleção carregada de emoção, traduzindo a feminilidade de forma poderosa e atemporal. Era possível sentir a reverência à história da maison em cada corte, em cada detalhe, como se o passado e o futuro se fundissem em um só momento.
Tendências que Marcaram a Temporada
Além dos grandes nomes e coleções inesquecíveis, algumas tendências ecoaram mais alto nesta temporada:
- Maximalismo e Extravagância: Um adeus ao “quiet luxury” e um retorno ao brilho, às texturas ricas e às formas esculturais. A moda celebrou sua própria grandeza.
- Sensualidade Sofisticada: Transparências ousadas e lingeries reveladas não como provocação, mas como uma ode à autoconfiança e à liberdade.
- Alfaiataria Reinventada: Blazers cortados com precisão cirúrgica e casacos estruturados mostraram que o poder pode ser elegante, moderno e atemporal.
O Grand Finale: Le Grand Dîner du Louvre
E como se a Semana de Moda de Paris precisasse de mais um momento de tirar o fôlego, o Le Grand Dîner du Louvre fechou a temporada com chave de ouro. Em um cenário de pura magia, o museu mais icônico do mundo recebeu um desfile de estrelas, designers e performances artísticas inesquecíveis. Sob a luz dourada do Louvre, o encontro entre a moda e a arte atingiu seu ápice, como se o tempo tivesse parado por uma noite.
A Semana de Moda de Paris Outono/Inverno 2025 não foi apenas um evento: foi um renascimento da expressão artística na alta-costura, um lembrete de que a moda continua a ser um reflexo da emoção, da identidade e da criatividade humana. Hoje, enquanto as luzes das passarelas se apagam, fica a certeza de que Paris seguirá como a eterna musa da moda – e de nossos sonhos.