Por Gabriela Streb
Aqui no Brasil deve ser o maior feriado não feriado existente. Só é considerado em alguns municípios, nos demais é dia normal e órgãos acabam fazendo ponto facultativo que nada mais é que perguntar ao trabalhador se ele quer trabalhar.
São quatro ou cinco dias de folga. A maciça maioria dos gaúchos se atravanca indo para nosso litoral ou o catarinense com quilômetros de congestionamento na ida e volta.
Um ou outro local fazem seus bailes que pouco ou nada lembram as velhas marchinhas. Hoje tem pagode, Funck e balada.
O maior desfile sempre é o Rio de Janeiro e este ano foi o mais explícito de todos. Mostrou abertamente que se trata de uma festa da carne. O termo vem do latim “carne vale”, que pode ser traduzido como “adeus à carne”. É a celebração que antecede a quaresma, o período de penitência e preparação para a Páscoa.
Virou explícito porque não há como reclamar do casal que ficou famoso na Sapucaí transando em pêlo num camarote em meio ao desfile pois faz parte da festa.
Se na avenida e pipoca há corpos nus, exaltando o sexo onde ninguém é de ninguém, não venham me dizer que as pessoas que estão por ali andam preocupadas em prevenção de doença ou gravidez.
A Bahia teve 3,5 milhões de visitantes, o Rio 8 milhões e São Paulo 4,5 milhões. Está todo mundo na pista e ninguém preocupado em futura penitência.
Não se pode pensar que tudo são trevas. Há esperança. Uma delas é o Frei Gilson que na sua live em meio ao Carnaval, as quatro horas da manhã, teve um milhão de acessos.