Por Dra. Leticia Sangaletti
Sabe aquelas pessoas que reclamam o tempo todo, que têm uma energia pesada e deixam o ambiente carregado assim que chegam? E aquele grupo onde “quem falta é pauta” – em que basta alguém não estar presente para que sua vida vire assunto, recheada de julgamentos e falatórios que não dizem respeito a ninguém? Por que continuar fazendo parte disso?
Tudo o que você faz comunica. Seu comportamento, suas escolhas, suas palavras e, principalmente, as pessoas com quem você se relaciona.
Se você anda com quem fala mal de você, o que isso diz sobre quem você é?
A verdade é que nossas companhias são uma extensão da nossa imagem. Elas refletem o que aceitamos, o que toleramos e até o que incentivamos, mesmo que indiretamente. Se você permite que alguém desrespeite sua reputação e, ainda assim, mantém essa pessoa por perto, a mensagem que passa para os outros – e para si mesma – é que está tudo bem ser desvalorizada.
E não está.
A influência invisível das nossas conexões
As pessoas ao nosso redor moldam nossa energia, nossa percepção de nós mesmos e até nossas oportunidades.
Quantas vezes você já viu alguém perder uma chance profissional porque estava sempre envolvido com o tipo errado de pessoa? Um funcionário talentoso que se mistura com colegas desleais pode acabar sendo visto como parte do problema. Um profissional de imagem impecável que circula com pessoas desonestas pode ter sua credibilidade questionada.
No pessoal, acontece o mesmo. Você já percebeu como algumas amizades sugam sua energia e outras te fortalecem? Há pessoas que, depois de um encontro, te deixam mais leve, motivada e inspirada. Mas também há aquelas que, após uma conversa, te fazem sentir pequena, culpada ou insuficiente.
Pense nas pessoas com quem você mais convive. Elas te elevam ou te puxam para baixo? Elas te defendem na sua ausência ou alimentam narrativas que te diminuem?
Seja no trabalho, nos negócios ou na vida pessoal, é essencial se cercar de quem te apoia, não de quem te suporta por conveniência e depois desdenha de você quando vira as costas. E isso não significa que precisamos concordar com tudo o que essas pessoas dizem ou fazem. Significa apenas que o respeito mútuo é tão grande que não existe espaço para a falta dele.
Sabe, uma das coisas que a gravidez me mostrou foi a conveniência de algumas amizades. As relações existiam porque eu estava disponível, porque podia oferecer algo em troca, porque fazia sentido naquele momento. E, quando precisei de acolhimento, algumas dessas pessoas simplesmente desapareceram. Amizades que eu considerava próximas, mostraram que nunca se importaram de verdade. Pode ser que se importem, mas a ausência delas comunicou a mim, uma falta de interesse e preocupação.
Isso foi doloroso? Sim. Mas também foi libertador. Porque a maternidade me ensinou a valorizar quem realmente importa, quem se preocupa, quem pergunta como estou sem querer nada em troca, quem não me esquece quando não estou tão presente.
E está tudo bem, pois a vida é feita de ciclos, e em algum momento quem já fez muito sentido fazer parte, já não faz mais.
Sua imagem pessoal depende das suas escolhas
Em um mundo onde tudo comunica, escolher suas conexões com consciência é um ato de autocuidado e estratégia. Pessoas tóxicas podem comprometer sua reputação sem que você perceba. Seu nome pode estar sendo associado a intrigas, mentiras e até traições, simplesmente porque você manteve ao seu lado quem não merecia estar ali.
Você já esteve em uma situação em que alguém disse algo como:
“Não sei se é verdade, mas ouvi dizer que ela fez tal coisa…”
“Fulana é ótima, mas sabe como é, né? Anda com um pessoal complicado…”
O simples fato de seu nome estar ligado a intrigas, mentiras ou traições pode acontecer não por suas atitudes, mas por quem está ao seu lado. Você pode não ter dito nada, só escutado os comentários, mas estando ali, vai ser ligada àquelas falas.
É difícil cortar laços? Sim. Mas é ainda mais difícil tentar construir uma imagem sólida e autêntica enquanto há pessoas ao seu redor minando sua credibilidade.
Se alguém fala mal de você e, ainda assim, continua fazendo parte do seu círculo, essa pessoa não é sua aliada. E manter essa conexão pode ser um grande erro.
Escolha quem anda ao seu lado
Isso não significa viver desconfiado ou criar inimizades, ou que você vai parar de frequentar todos os lugares que frequenta. Significa apenas entender que o seu tempo, sua energia e sua imagem são valiosas demais para serem desperdiçados com relações que não agregam, e saber identificar o momento de se retirar, de se posicionar e também de perceber quem está ali de forma genuína do teu lado.
Ande com quem te respeita, te valoriza e torce genuinamente por você. Pessoas que falam mal de você não merecem estar perto.
A decisão é sua. E lembre-se sempre: tudo o que você faz – inclusive as pessoas com quem escolhe caminhar – comunica.
Leticia Sangaletti
Jornalista e Dra. Em Letras
Proprietária da Brevê Comunicação e Marketing
@lesangaletti