Há pessoas em nosso convívio que vivem dando desculpas. Se não conseguem honrar um compromisso assumido, desculpas são dadas. Quando entregam algo com atraso, outra desculpa. Às vezes, parece que o repertório de explicações e argumentos evolui e expande sempre trazendo um colorido todo especial à cara de pau da pessoa, em um verdadeiro PDCA da sem-vergonhice. Em outros momentos, as mesmas desculpinhas maltrapilhas se repetem, trazendo certo ar de déjà vu, fazendo-nos acreditar que já vivenciamos aquela mesma cena no passado.
Encontrar uma desculpa para algo não resolve, de forma nenhuma, a sua ineficiência em resolver o problema. Este comportamento de encontrar argumentos para se explicar por suas falhas é algo que vem da nossa formação e desde a infância. “Professora. Eu não fiz o dever de casa porque precisei ir à igreja. Você entende, não é?” “Pastor. Eu não fui à igreja porque tive que fazer o dever de casa da escola. O senhor compreende, não é mesmo?” Não faz nem uma coisa, nem outra e os argumentos vão sendo dados para se livrar de suas responsabilidades nos vários relacionamentos. Com os pais, com os irmãos, com os colegas, com professores, e com todos aos que deve alguma satisfação.
Ao dar uma desculpa, a criança vai tendo este comportamento fortalecido, devi犀利士
do às premiações obtidas. É verdade! Encontrou uma desculpa para não honrar seu compromisso, então tudo bem. Fica livre dele ou, pelo menos, adia um pouco o sofrimento de cumpri-lo.
Ao ficar adulta, esta pessoa segue nesta mesma programação, sempre encontrando boas estorinhas para contar toda vez que deixa de cumprir algo a contento, dando explicações para tudo que acontece. São atestados médicos ou enterros de primos. Tanto faz. Alguns casos podem ser verdadeiros, mas ninguém quer saber de explicações (ao menos, não deveria querer). As pessoas querem receber o que foi pedido, querem o que foi combinado. Só isso. Não adianta chegar atrasado (e muito menos faltar) e dizer que “surgiu um imprevisto”. A repetição deste comportamento grava uma marca muito negativa naquele que age desta forma. Seus amigos e parceiros de negócios já não contam tanto com ele, pois sabem que ele costuma confirmar, “furar” e encontrar desculpas logo em seguida.
A pessoa de mentalidade empreendedora, independente de ser um empresário ou um colaborador em uma empresa, costuma trazer para si as responsabilidades e não busca encontrar culpados para suas falhas. Em vez disso, as pessoas de sucesso têm humildade e assumem os reais motivos por não poder concluir alguma tarefa ou por não poder assumir um compromisso.
Como eu disse anteriormente, encontrar uma desculpa para o fato de não cumprir o combinado pode até aliviar um pouco, mas não resolve o problema. Muito pelo contrário, esforce-se sempre um pouco mais para exceder as expectativas. Uma boa desculpa jamais substitui um bom resultado. Manter a sua palavra e seu compromisso assumido pode ter certo custo em curto prazo, mas, com toda certeza, deve ser considerado como um investimento de longo prazo na qualidade de suas relações. Pense nisso com carinho.