Por Claudia Zogheib
Em qualquer lugar do mundo quando alguém esbarra com um brasileiro uma das perguntas que faz é: Brasil, Futebol, Pelé?
A resposta identifica o tamanho da representatividade que ele teve no mundo e quem dirá no Brasil.
Sempre escutei que Pelé foi um fenômeno, que seus níveis de concentração, motivação, atenção e ativação eram extremos, que era um atleta que tinha consciência de suas habilidades e as treinava exaustivamente, um perfeccionista, e que por este conjunto de fatores: biológicos, genéticos, psicológicos, cognitivos, intelectuais e ambientais, e por tantas vitórias que trouxe ao futebol, acabou virando o Rei do Futebol.
O ídolo em alguma medida sempre representa a imagem daquilo que todos gostariam de ser, tendo sempre um vínculo muito forte com os fãs e com o carisma, atributos que Pelé tinha ao realizar todas suas atividades, e que fez sua representatividade só crescer à medida em que os anos foram passando.
Foi em Bauru, cidade em que viveu dos cinco aos 15 anos antes de ir para Santos que ele começou a jogar futebol. Primeiro nos campinhos de terra e descalço, depois nos times de várzea com as primeiras chuteiras e, finalmente, no BAC (Bauru Atlético Clube) em sua estreia profissional.
犀利士
Todo mundo que gostava de futebol ia jogar no BAC ou levava seus filhos para jogar. Eu mesma levei por anos meu filho, “um jogador nato” que adora jogar até hoje e que desde bem pequeno ia ter aulas de futebol no BAC e em outros clubes de Bauru, BTC e Baroninho. O BAC foi um clube que mantinha “no ar” o peso de sua história, o clube do Pelé.
Quando teve a Copa de 70 meus parentes assistiram a final na casa de meus pais, e quando Pelé e os outros fizeram gol e o Brasil ganhou o título de campeão, a cidade virou uma grande festa na porta da minha casa. Não só em Bauru, mas o Brasil inteiro parou.
Por aqui, quando encontramos os contemporâneos dele, vizinhos, amigos, etc., sempre ouvimos uma história interessante.
Tenho um tio que era locutor de esporte na época, professor da Unesp, dono de uma FM aqui de Bauru que sempre comentava algumas histórias interessantes do Pelé, inclusive o entrevistando em campo. Um outro tio foi vereador aqui da cidade e entregou ao Pelé o título de cidadão Bauruense, fato que teve para o rei um gosto nostálgico e simbólico.
Na época da Copa de 70 eu era muito pequena, mas a grandeza da festa ficou marcada na minha mente para sempre, que mesmo sem entender claramente a grandeza da festa, participei e me assustei quando o Pelé fez gol e um tio quebrou o lustre da sala da casa de meus pais de tanto pular.
Meu tio foi professor e diretor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul – UFMS, Educador Físico, diretor do Rádio Clube em Campo Grande, jogou com ele aqui em Bauru, inclusive na foto é ele com o rei. Ele escreveu muitos livros, e num deles ele conta a história do BAC e muitas outras histórias interessantes, principalmente para quem gosta de futebol.
Tenho certeza que eu não sou a pessoa mais indicada para escrever sobre o Pelé e o futebol. Minha intenção ao escrever este texto foi prestar uma pequena homenagem em nome da minha cidade para o Pelé e seus familiares, para os meus parentes também.
Um ídolo não morre, ainda mais quando envolve um esporte tão importante para o Brasil e para o Mundo. Adeus Pelé!
Este texto foi escrito ao som da música,” Pra Frente Brasil” de Miguel Gustavo Werneck de Sousa Martins.
2 Comentários
Parabéns pelo texto histórico.
Obrigado