Por Nanda Cattani
O Victoria’s Secret Fashion Show de 2024, realizado no Duggal Greenhouse, no Brooklyn, aconteceu na última terça-feira (15), com muito glamour e a volta das famosas Angel’s, marca um ponto de inflexão significativo na história da marca, que foi fundada em 1977 por Roy Raymond.
Sobre a História e as Trasnsformações
A ideia inicial era criar um ambiente mais acolhedor para a compra de lingerie, que até então era considerada um item íntimo e constrangedor. Com a compra da marca por Leslie Wexner em 1982, a Victoria’s Secret se transformou em um império, popularizando-se com campanhas de marketing audaciosas e catálogos que destacavam supermodelos.
O desfile, criado em 1995, rapidamente se tornou um evento icônico, atraindo milhões de telespectadores e celebridades. Durante suas edições, supermodelos como Gisele Bündchen, Adriana Lima e Tyra Banks se tornaram figuras centrais, representando um ideal de beleza que, ao longo dos anos, começou a ser questionado. A marca dominou o mercado de lingerie nos anos 90 e 2000, mas, ao final da década de 2010, começou a enfrentar críticas severas por promover padrões de beleza restritos e uma visão limitada da feminilidade.
Sobre o Evento
Após um hiato de cinco anos, este icônico desfile de 2024 trouxe mudanças significativas em seu elenco e formato, refletindo uma abordagem mais inclusiva que desafia os padrões tradicionais de beleza. Modelos plus size e trans foram incluídas pela primeira vez, como Paloma Elsesser e Alex Cosani, representando uma diversidade que até então era negligenciada. Essa mudança foi um passo importante, considerando que a presença de modelos de tamanhos variados era quase inexistente nas edições anteriores.
O evento foi ainda mais enriquecido por performances de artistas femininas renomadas, como Cher, que encantou o público com suas icônicas músicas “Believe” e “Strong Enough”. Lisa, do Blackpink, abriu o show com sua música “Rockstar”, trazendo uma energia vibrante, enquanto Tyla, uma artista sul-africana, também se apresentou, adicionando diversidade à programação musical.
O desfile contou com um elenco multirracial e multigeracional de modelos, refletindo uma nova era para a marca. Gigi Hadid, que abriu o evento em um visual rosa com asas de penas, simbolizou a tradição da marca, ao mesmo tempo em que se atualizava. Kate Moss, ao desfilar pela primeira vez aos 50 anos, trouxe uma nova perspectiva ao evento, mostrando que a beleza transcende a idade. Modelos mais velhas, como Carla Bruni e Eva Herzigová, também marcaram presença, reforçando a ideia de que todas as idades podem ser representadas na moda.
As Brasileiras
As brasileiras tiveram um destaque especial no desfile. Adriana Lima, uma das “Angels” originais, foi uma das atrações mais aguardadas, solidificando a conexão da marca com suas raízes. Isabeli Fontana, Valentina Sampaio — a primeira modelo trans a desfilar para a marca — e Alessandra Ambrósio também participaram, ressaltando a presença brasileira na passarela.
A Nova Era Victoria’s Secrets
O retorno do Victoria’s Secret Fashion Show não apenas celebrou a lingerie, mas também sublinhou um compromisso renovado com a diversidade e inclusão. As mudanças nos padrões de beleza, juntamente com uma programação musical feminina de destaque, marcaram um passo importante para a marca. Com essas evoluções, a Victoria’s Secret está se reposicionando para atender às expectativas de um público que busca autenticidade e representação, transformando o desfile em uma nova narrativa de empoderamento e diversidade.