Vira e mexe volto a este assunto e talvez isso aconteça porque é preocupante o rumo das próximas gerações. Definitivamente ultrapassamos a linha tênue entre educar e ser parceiro dos filhos. De não querer permitir que as crianças sejam frustradas. E isso se reflete na casa, escola, mais tarde nos estudos, trabalhos e relacionamentos.
Há uma reconhecida neurose dos pais com relação a sua prole que transforma filhos em seres medrosos, desconfiados e inábeis de suportar qualquer contrariedade. Crianças são cruéis desde que existem. Qualquer um de nós vai lembrar do colega gordo que era chamado de baleia, da magra que era a Olívia Palito. Fazíamos bullying nos idos dos anos 70 sem conhecer esta palavra.
Zombar, caçoar e maltratar um colega nunca foi correto, mas essa nova geração que nasceu depois de 2010 não tem a menor capacidade de se defender. Nem de pedir ajuda de seus pais para combater seu sofrimento, afinal os pais criam uma expectativa demasiada com relação a eles. Jovens estão usando ansiolíticos, não confiam em ninguém, são frágeis e medrosos.
Fico imaginando o terror que seria aplicar uma prova oral numa disciplina qualquer para estes adolescentes. A confusão que seria isso, talvez até com pais protestando em grupo de WhatsApp tentando demover tal atitude do professor. Sem sombra de dúvidas os tempos são outros, as possibilidades e novidades aparecem quase igual a velocidade da luz e não espero que as crianças de hoje sejam tratadas como eu fui, mas há um total desequilíbrio hoje. A balança está muito mais pendente para a possibilidade de escolha dos filhos do que para o discernimento dos pais que têm a obrigação de educar, afinal escola só vai ensinar.