Imaginário e Processo de Individuação
Claudia Zogheib
O que acontece na infância não fica na infância, mas permanece para a vida toda. S. Freud
A infância é uma etapa do desenvolvimento marcada por um período em que a criança descortina uma vivência importante que servirá de base para suas escolhas por toda a vida.
Neste período ela vivencia experiências de construção de sua personalidade impulsionada pela sua vida instintual, neste momento em fase de descobrimento e reconhecimento.
A vida instintual é um conjunto de experiências que são elaboradas imaginativamente e que passa por fases de identificação, e da maneira como é vivenciada ajuda a criança a construir um sentido de existência resultante de processos promovidos pelo ego e que no contato com um ambiente facilitador ela sente a vida como algo que lhe pertence.
Participar de atividades lúdicas é uma experiencia importante uma vez que a partir destas vivências a criança cria repertório para externalizar traumas, frustrações, angústias, emoções, e que lhe ensinam a se relacionar com os outros de maneira a controlar seus impulsos destrutivos, despertando nela sentimentos positivos como empatia, bondade, amor, felicidade, generosidade, partilha.
Brincar é um ato simbólico, meio pelo qual a criança elabora questões que são da maior importância e prioridade e que colaboram para sua estruturação, repetindo suas vivências assim como para fazer coisas que ainda não estão ao seu alcance, aprendendo a organizar seus impulsos de maneira a se estruturar enquanto indivíduo. Enquanto brinca, ativa sua imaginação assim como tem mais recursos para se acessar e se estruturar com ferramentas que a ajudarão por toda a vida.
Pensar a infância a partir deste prisma colabora para que na vida adulta ela seja capaz de nomear suas angústias com vivências constitutivas e que quando acessadas a torna capaz de denominar caminhos de resolução de seus conflitos.
O brincar é muito mais do que um recurso, é uma experiência relacionada a todas as áreas e que no processo de desenvolvimento auxiliam definitivamente, organizando impulsos destrutivos em maneiras colaborativas de viver.
Música, “Samba Saravah” com Diana Panton.
1 comentário
texto maravilhoso!